Terça-feira, 13 de Março de 2007
Hoje, 13.03.07, vem no PUBLICO que foram Descobertos em Portugal seis crimes de branqueamento de capitais para financiar o terorrismo.
É claro que já ninguém se lembra, mas entre Janeiro e Outubro de 2001 fui, não só acusado de ser terrorista, como fui, por tal, sancionado pelas Nações Unidas, pela União Europeia e pelo Estado Português.
Fiquei, por Despacho do MNE, proibido de ser empresário e cooperativista, e proibido de ser remunerado sob que forma fosse, (ainda que tal opção tenha sido, largos meses mais tarde, amenizada
).
Tive, na altura, um mês para vender todo o capital social que tinha em várias empresas e em uma cooperativa, todas construídas com o meu esforço e capital, por forma a que as mesmas não fossem também fortemente penalizadas, como ainda o foram, pois viram as suas contas bancárias, em fim de mês, bloqueadas durante uma malfadada semana .
Fui acusado, informalmente, de, por ser dirigente da UNITA, ser o gestor para a Europa dos dinheiros daquele Partido Político Angolano, mas, formalmente, a única acusação que me foi aposta foi a de actividades políticas.
O meu nome foi, assim, enxovalhado, colocado ao lado dos Bin Laden do mundo, e, sem direito algum à defesa, pois não tive sequer direito a qualquer julgamento, e vivi quase 3 anos neste estado de sancionado pelas Nações Unidas, pela União Europeia e pelo Estado Português.
Ainda hoje pago por tal, nas minhas actividades profissionais.
Seis anos depois das sanções e quase 5 depois da Paz, Angola continua a ser não uma Democracia, mas um regime prédemocratico e com largas percentagens da sua população a viver com um rendimento inferior a 1 dólar por dia.
Eu tinha pois razão quanto à exigente necessidade de um Regime Democrático para Angola e de combater por ele.
O tempo prova-o.
No entanto ainda não ouvi, nem das Nações Unidas, nem da União Europeia, nem do Estado Português, um único e simples pedido de desculpas.
Nem ouvirei, estou certo disso.
Também, entre 22 de Fevereiro de 2002 e Setembro de 2002, fui dos poucos membros da UNITA no Exterior que defendi acerrimamente o Memorando de Entendimento entre o MPLA e a UNITA que trouxe a Paz para Angola.
Cinco anos depois já ninguém se lembra, claro, de tal.
A História nunca fala dos derrotados.
Nem dos que reconhecem a derrota com Honra.
Mas a minha consciência está tranquila, em sintonia com Deus, em Paz com os Homens de Bem no Mundo.
Já vi muito entretanto.
Já vivi muito entretanto.
Mas não consegui resistir a recordar, perante uma pudica noticia do PUBLICO que nem refere quem cometeu os tais seis crimes de financiamento do terrorismo, que o meu nome correu e corre mundo, (ainda o tenho na INTERNET), sem receber um simples, Desculpe lá o mau jeito.
Mas estou de Bem com Deus e com os Homens de Bem.
Não poderão dizer o mesmo muitos outros, em particular os de entre os que me impuseram as ditas sanções
E tal conta muito mais do que imaginam,
Joffre Justino