Terça-feira, 24 de Outubro de 2006
A Republica Popular da China tem destas estranhas virtudes
Para além de introduzir em países particularmente necessitados capitais e mão de obra especializada leva também ao acordar tanto dos EUA como da União Europeia para Continentes como África.
Hoje, o cerne da conflitualidade internacional reside no controlo das reservas energéticas, como a petrolífera, e de um outro recurso essencial, a Água.
Países como Angola ou o Sudão e o Zimbabwe têm sido alvo desta conflitualidade americano chinesa e como resultado da mesma, mais uma vez os EUA acordam para a necessidade da democratização do Continente. Boa expectativa, maus timings
O sonho de comprar barato, os recursos e as potencialidades destes países e deste Continente trouxe maus resultados.
Para os Africanos pois as ditaduras mantiveram-se, e a distribuição da riqueza estagnou aos níveis da maior miséria.
Mas também para os EUA pois a entrada da RP da China enquanto país investidor abriu novos canais de captação de investimentos e, portanto, de sustentação dos regimes e das elites totalitárias.
Aparentemente os EUA, que já contaram com as Forças Armadas Angolanas para a criação de umas Forças de Intervenção Militar em África estão agora em processo de recuo quanto a esta visão e preparam um novo tipo de Forças de Intervenção, as AFRICOM-Africa Command.
A área de intervenção destas forças será todo o continente Africano , em particular o Golfo da Guiné o Trans-Sahel, Regiões particularmente ricas no petróleo.
Sendo de crer que a RP da China não ficará sossegada com esta intervenção americana, em regiões onde o investimento chinês tem sido significativo, iremos provavelmente assistir, a uma década de novos conflitos militares em África, desta feita entre os EUA e a RP da China.
Será curioso, aliás, acompanhar a evolução da ex URSS neste novo confronto mundial. De facto, uma das razões da derrota do comunismo sovietista foi a oposição da RPC e do seu maoismo a Brejnev, pelo que haverá, certamente, algumas contas a ajustar entre estas duas potencias.
Agora que o conflito se centra entre os EUA e a RPC será que a aliança Federação Russa/EUA eliminará o perigo chinês?
Joffre Justino