Segunda-feira, 6 de Setembro de 2010
A campanha da Dilma Rousseff à presidência
da República pela coligação "Para o Brasil Seguir
Mudando” formada por PT, PMDB, PDT, PSB, PR,
PCdoB, PRB, PTN, PSC E PTC, já está nas ruas do país.
In O Blog do Saraiva
Lula promove a integração da economia brasileira ao mercado internacional tendo
como papel-chave a exportação de matérias-primas e produtos agrícolas, a importação
de capitais e a conquista de “nichos” nestes mercados – e, em alguns outros, bem demarcados,
de produtos industriais – com a criação de grandes empresas transnacionais lastreadas em capital brasileiro.
No plano político, Lula vem ocupando um espaço de alguma independência em relação aos países capitalistas
desenvolvidos, como no caso da América Latina, adotando posições que até podem, eventualmente,
contrapor-se aos interesses dos EUA e seus aliados, mas que, na essência, significam a defesa dos interesses
dos grupos econômicos brasileiros no exterior.
In candidatura de Ivan Pinheiro do partido comunista brasileiro
6. No Brasil, vivemos uma polarização política entre dois campos antagônicos. Trata-se, essencialmente,
de um embate direto entre as forças patrióticas, democráticas, populares e as forças neoliberais. A ampla
coalizão que sustenta a candidatura de Dilma Rousseff, com dez partidos, muitos de centro, é a maior aliança
já constituída para apoiar uma candidatura liderada pela esquerda.
7. Um primeiro desafio é manter a esquerda unida no papel de núcleo de governo, em especial o PT, o PCdoB,
o PSB e o PDT, para influenciar nos rumos do novo governo e garantir as mudanças e as reformas estruturais,
inclusive com muita mobilização popular. Dilma também conta com o apoio de vasta militância sindical, estudantil
e dos demais movimentos sociais.
8. Algumas candidaturas tidas como “alternativas”, como a do PV, a do PSol, e as candidaturas da ultra-esquerda,
não ameaçam a polarização entre Dilma e o candidato da direita José Serra. O único papel relevante que elas
podem cumprir é tentar levar a eleição para o segundo turno, mas pelas últimas pesquisas eleitorais isso será difícil.
A altíssima popularidade de Lula e o crescimento de Dilma nas pesquisas apontam para a tendência de vitória no primeiro turno.
In Portal do PCdoB
“Ninguém é dono dos votos dos portugueses e estar já antecipar a votação é apressado”
In, apresentação da candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República, por Jerónimo de Sousa
Estive no Brasil com o meu cunhado e a minha irmã, Manuel Rodrigues Vaz, editor e Helena Justino, pintora, e tivemos a sorte de aproveitar, intensamente os 15 dias que por lá passámos.
Foi a minha primeira ida ao Brasil, mas o meu cunhado e a minha irmã que já lá tinham estado, tinham-me dado indicações sobre este nosso país irmão que me tinham aguçado a vontade de ir.
Primeira nota,
Nos anos 80 quando a minha irmã e o meu cunhado lá estiveram pela primeira vez, em pleno período de fim de festa da ditadura militar, tiveram a oportunidade de acompanhar em directo um quase golpe de estado, em casa de uma amiga comum, militante do PDT, brizolista portanto, que passou horas de enorme stress quase sequestrada, tal como a minha irmão e cunhado.
Nesse mesmo período o Manuel Rodrigues Vaz recusou-se a sentar-se em esplanadas dada a impressão que fazia ver os miúdos sentarem em roda da mesa onde estava para se alimentarem das migalhas que restariam das refeições de ambos.
Nada disso acontece hoje.
Sentámo-nos em n esplanadas e as pessoas que nos rodeavam estavam como nós, sentadas, bebendo um chopp, uma imperial enfim, mastigando algo, ou a passarem apressadas pois os brasileiros andam em geral apressados, dirigindo-se, de dia, sempre para algum sítio.
Os brasileiros não são ricos, mas mostram que vivem, mesmo os que moram nas favelas, e mostram confiança no país, que é o seu, mesmo quando a sua vida profissional ainda é andar de ónibus em ónibus a vender, por um real, o que puderem imaginar.
Porque, com Lula, a distribuição da riqueza tem vindo a acontecer, aceleradamente.
Certamente que com erros e abusos, mas a acontecer, permitindo uma aproximação clara das pessoas a um bem maior nº produtos do que sucedia nos anos 80, e a um crescente nº de direitos sociais e económicos.
E, em vez de tentativas de golpes de estado e sequestros políticos, vividos pela Zélia, pela minha irmã e pelo meu cunhado, assistimos a uma verdadeiramente anticapitalista manifestação da CUT/Sindicato dos Bancários, por melhores condições de vida, percorrendo a principal avenida do Rio de Janeiro, em autentico Festival teatral de rua, com samba e tudo!
Parando à porta de cada banco por onde passavam, confrontando os capitalistas sem os confundir com o governo, de Esquerda, amigo de Socrates, que têm.
Saíamos, todos os dias, (dramaticamente, pois estávamos de férias, enfim, mas o Manuel Rodrigues Vaz é assim…acelerado), pelas 8h e pouco de casa e lá íamos, de ónibus note-se, duas horas de viagem, nunca menos pois o Rio de Janeiro, (que é lindo), tem 12 ou 13 milhões de habitantes, para onde queríamos, acompanhando quem ia para o trabalho, os mais retardatários, e regressávamos, pelas 18h, entre duas a3 horas de viagem outra vez, ouvindo as conversas das pessoas que regressavam do seu posto de trabalho.
Gente com Esperança no futuro.
A viverem com esperança num país em crescimento económico, e em desenvolvimento económico, apesar da crise, a tender ser uma potência mundial e sendo já uma potência regional, falante português e orgulho de qualquer Lusófono!
Deixem-me citar-vos um pouco de um folheto de rua de Vladimir Palmeira, deputado federal do PT, e um activo opositor a “desmandos de uma minoria da direção do PT”, enfim a estória do Mensalão, dentro do PT note-se, e que diz, “Trapezistas, contorcionistas, bailarinas, palhaços, mágicos…Potenciais presidente e governadores prometem o paraíso na +próxima esquina…Não se deixe levar por promessas descabidas, por situações imaginárias. Boa parte dos artistas deste circo está jogando a isca”, folheto que se denomina “Eu não sou mágico não.” E que mostra o tom da campanha eleitoral, forte, e sem peias na língua de parte a parte.
São 10 os partidos que apoiam Dilma Rousseff, a candidata de Lula para estas presidenciais.
Como vimos, na citação inicial deste texto, é uma coligação onde encontramos o PCdo B, antigo partido maoista, hoje um forte partido comunista, cisão do velho PCB, partido prósoviético, (esse ainda hoje partido irmão do PCP)…que se mantém, como o PCP, isolado, sectário, e a apoiar um tal Ivan Pinheiro e que, com um discurso “anticapitalista”, (vê-se pelo extracto acima), na verdade só sonha com, não a impossível derrota de Dilma, mas o obrigar a uma, já quase impossível, 2ª volta, pois Dilma Rousseff quando saí do Rio estava com 17% a 20% de votos acima dos 30% do direitista Serra, o “PSD” lá do sítio.
Há assim, ao contrário de em Portugal, uma Esquerda unida que afirma os seus projectos autónomos, no terreno social e no terreno político, mas que nos actos eleitorais determinantes, não busca saber se alguém é dono do voto de quem, nem se imagina detentora da “verdade da esquerda”,mas sim derrotar a direita, reforçar a Esquerda na governação, travar os erros oportunistas que acontecem em todo o lado e em todas as linhas politicas, (o Bernardino, que apesar de jovem já é de triste memória parlamentar, por exemplo, foi bem derrotado no PCP por Francisco Lopes,…o que já não é mau), bem ao contrário do que sucede em Portugal.
Lamentavelmente.
Por cá mantemo-nos en fado nhamente sectários, divisionistas, afirmando que, eu sou a Esquerda, aquela Verdadeira, Tu, se não és peçonha és pelo menos reaccionário e agente do imperialismo…enquanto que, no Brasil, a Esquerda, alegre, militante e de rua, luta e canta ao som do samba, mudando um país que já foi tenebroso.
Levando-o ao campo das maiores Potencias mundiais, defendendo os Direitos Humanos, das Mulheres no caso, no Irão, mas não temendo confrontar Obama e os EUA em defesa do aproveitamento, se pacífico, do nuclear deste mesmo Irão.
Cansa não cansa?
Que viva o Brasil, Lula e Dilma, por favor, pois ao pé desta política portuguesa, eles são a lufada de ar fresco que a Esquerda necessita!
E, claro, vou continuar em próximos textos o relato desta minha viagem ao Brasil…já em contexto menos político.
Joffre Justino