Quarta-feira, 6 de Julho de 2005
Joffre
Hoje mais uma vez dei uma vista de olhos ao teu blog e deparei com um texto que me chocou e que me custa a aceitar até porque é uma realidade que conheço bem. O texto é Um aeroporto
.uma cidadã negra
um táxi.
Primeiro gostaria de esclarecer que qualquer forma de racismo me irrita e deixa fora de mim, mas nem tudo o que acontece com cidadãos não caucasianos (por acaso até são muito poucos) é racismo.
Segundo e para te situares, eu trabalhei e trabalho com o aeroporto de Lisboa, e portanto já assisti e passei por muitas coisas naquele aeroporto.
Aquilo por que a senhora passou já eu passei ao pedir para me levarem á Av. Infante D. Henrique ás 24h00 (já não há outro transporte) vindo de Frankfurt após 2 semanas na Alemanha. Aquilo que após várias renuncias de táxis me aconselharam foi ir apanhar um ás Chegadas ou então á rotunda do relógio.
Uma ex-colega minha da Bosch, loura, olhos azuis com cerca de 1,80 mts (nada de raça negra), teve de chamar os pais ás 2,30 horas da manhã para poder ir para casa após 3 semanas na Alemanha, pois os taxistas recusaram-se a levá-la a casa (perto do Olivais Shoping), isto tudo com o beneplácido da policia.
Assisti a um taxista pedir a um cliente (sueco ou dinamarquês), 70.000$00 para o levar a Viseu e quando eu disse ao senhor que por esse valor ele poderia alugar uma avionete, o taxista chamou a policia e ainda fui eu a estar metido em sarilhos.
Todas estas pessoas não eram de raça negra, portanto não vamos ver racismo em tudo. O que se passa é isso sim, e aí tens razão, uma profunda falta de profissionalismo tanto dos taxistas como das autoridades (coniventes e quiçá com outros interesses nesta situação. Se quiseres explico-te o que sei mas não posso provar)
De qualquer modo vou te dar só duas achegas:
1) O parque de espera dos táxis, movimenta mais dinheiro em jogo clandestino que alguns casinos de Portugal. É só ir ver, é tudo ás claras.
2) Algumas autoridades em serviço no aeroporto, são familiares de taxistas e alguns até taxistas nas horas vagas.
De qualquer modo gostei muito e acho muito importante este tipo de alertas, mas nem tudo o que brilha é ouro.
Carlos Muralha
Foi em Março, a última vez que vim do estrangeiro e apanhei um táxi no aeroporto. Cheguei de manhã cedo (9:00) e pareceu-me curioso estar um agente da BT (T vermelho na manga) a coordenar os táxis e a atribuir as pessoas por ordem de chegada ao táxi que lhes cabia. Pareceu-me que não havia ali hipótese nenhuma do taxista se esquivar... O avião vinha de Londres pelo que o profissional em questão deve ter sentido um tremendo desapontamento com o facto de lhe ter calhado um tuga:)
Talvez por isso, ou não, fez o caminho do aeroporto até à Amadora de "trombas" (que isto é mesm assim) conduzindo como se estivesse numa pista de Fórmula 1 e no vim abriu a boca para rosnar o valor que lhe era devido.
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