Quinta-feira, 6 de Outubro de 2005
Para a Fátima Fonseca:
Disseram-me um dia relativamente às palavras que o uso as gasta e que o abuso as prostitui ; neguemos isso agora porque se é verdade que podem simular a sabedoria ( Jorge Luís Borges dixit ), por vezes, porventura nas raras vezes em que alguma divindade nos possa estar a olhar de olho condescendente e benévolo, elas saltam o cerco e impõem-se-nos de modo patente, mesmo arrogante, com a tremenda força da beleza. Nesses momentos a física volve-se em estética e o mundo fica estranhamente mais harmónico e retarda a sua natural entropia. O seu texto, Fátima, é um desses momentos em que elas nos ditam quem somos e quem haveríamos de ser.
Receba um beijo.
C.C.