Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011

O 11 de Setembro e eu próprio

Vivia eu nesse momento uma enorme preocupação, diria mesmo angustia, pois estava cada vez mais evidente a derrota da UNITA. E, assim de repente, na Parrreirinha do Paraíso, entre duas conversas, olho para a televisão e dou pelo choque de um avião na Torre. Foi estupefacto e horrorizado que acompanhei a restante noticia e pensei logo para comigo - há que avisar a Direcção para que se demarque rapidamente deste horror! Para mim, ficou logo evidente que o Mundo iria mudar e certamente não para bem, perante aquele horror imposto a Pessoas normais, só por serem americanas! Sem aviso prévio começara mais uma guerra, neste contexto global! Infelizmente, tudo era demasiado lento, já, na altura, pois as comunicações estavam no mínimo desde, ao que sei, Agosto, pelo que a reacção da UNITA a este horror que ela condenava, ( a UNITA em 36 anos atacou uma vez Luanda) foi demasiado tardia o que ajudou bastante para que acontecesse a morte do Dr. Savimbi. Os interesses predominaram sobre as relações passadas e uma organização de Freedomfigthers tornou se suficientemente próxima do conceito de terrorista e eu paguei, ainda pago, tal, com língua de palmo! Na verdade, a luta pela Liberdade sucumbiu à desorientação e aos interesses petrolíferos americanos, como sempre temi, a partir da vitoria Bush! A família petrolífera a tal obrigava ... Felizmente, a guerra terminou em Angola, mas eu penei ainda, sancionado e sem direito à defesa até 2004, e mesmo depois, pagando dividas acumuladas. Paguei bem este 11 de Setembro ironicamente, eu, o pro americano! Mais corretamente, ainda o pago! Gestos positivos depois deste meu pagamento foi somente o gesto da embaixada dos EUA, (penso que do governo dos EUA), que me deu um visto no meu passaporte, para 10 anos…mais ninguém se preocupou em repor os prejuízos do que eu considero, ainda hoje, uma ilegalidade – o ser sancionado, proibido de se remunerado de ter quotas em sociedades, etc., sem julgamento prévio que o justifique. No entanto, continuo a horrorizar-me com o 11 de Setembro, e de cada vez que aquelas imagens passam no cinema ou nas televisões, fico bem chocado pela estúpida brutalidade que mostram quem pratica este tipo de Oposição ! Muito critico de Bush que sou, por aquelas imagens do 11 de Setembro que conhecemos, entendo um pouco as suas reacções posteriores, mesmo que denotando fraco sentido estratégico, dele e dos seus neo liberais assessores, que deixaram uma pesada herança aos EUA e as Democracias no Mundo! Que o Reino Unido e a Espanha já pagaram com horror e sangue inutilmente derramado! No que respeita a Angola, na verdade, a derrota da UNITA aconteceria com ou sem 11 de Setembro, mas as inúteis mortes de Savimbi e Dembo ter-se-iam poupado, assim como este meu estar de endividado! Haveria Paz com ou sem 11 de Setembro, e haveria um 4 de Abril de 2002 naquela ou noutra data se calhar ate anterior. Mas, hoje, o que importa é homenagear os mortos do 11 de Setembro e, claro os mortos das consequências do 11 de Setembro, em todas as partes do Mundo e de todos os lados das várias barricadas montadas, que urge que acabem e que nasça sem falta o principio do Diálogo Intercivilizacional hoje inexistente! Pois vimos as Barricadas acrescerem com o estúpido assalto à embaixada de Israel no Egipto! Na verdade, uma embaixada, Internacionalmente, é um local de Paz, precisamente porque é um local de Dialogo Intercivilizacional! Sendo inaceitável o sucedido, há que exigir a Condenação de quem o praticou! Em nome dos Estados de Direito e da Democracia Global neste Globalizado Planeta! Como há que render homenagem aos que morreram, inútil e barbaramente, há dez anos, em NY! Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 11:19
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Sábado, 10 de Setembro de 2011

Um recado a Henrique Monteiro, lembrando Van Zeller...

Meu caro Henrique Monteiro, "...o nosso sistema económico baseado no Estado Social nao é sustentável", dizes tu, hoje, no Expresso. Eis o que, dito assim, a seco, como o fazes, é, em qualquer circunstância, uma frase terrivelmente ridícula e passo a explicar porquê. Nota, antes do mais, que ainda me lembro das nossas conversas no Clube da Esquerda Liberal e, acentuo, continuo anti estatista como o era então. No entanto, há que esclarecer que entre o Estado minimalista para a repressão feito, (a segurança da propriedade e dos bens e a contenção dos “estrangeiros”), e ponto final e o Estado Comunista, todo poderoso, mas na mão de uma elite, a “Direcção da Vanguarda do Proletariado”, detendo todos os meios de produção e gerindo-os por planos centrais, existe um naipe enorme de alternativas, criando basicamente terríveis e totalitárias burocracias. Nesse enorme naipe de alternativas cabem um outro tanto naipe de pontos de vista e ideologias, sendo de recordar que foi um governo de Frente Popular, De Gaulle à frente, (cidadão reconhecidamente de Direita), que impôs o direito a férias em França, e criou as condições económicas e sociais para que esse direito se concretizasse, por via, não só mas também, do Estado e do seu papel na economia. Aliás todos sabemos que o conceito Estado Social não é uma invenção da Esquerda, mas sim da Direita alemã, imposta, porque a governação não era propriamente democrática, aos empresários de então para conquistar a Paz Social que não existia nem na Grã Bretanha nem nos EUA de então, sendo que o conceito foi retomado, também para conquistar a Paz Social, no pós II Guerra, para melhor gerir os financiamentos vindos do Plano Marshall, em acordo com os Sindicatos e o SPD, mas numa governação de Direita. Eis porque é bem fácil entender a razão pela qual Van Zeller, o anterior Presidente da CIP, disse à Antena 1, segundo o DN, “Ridículo era o povo aceitar estes sacrifícios e não ir para a rua, fazendo um desfile…Parecíamos parvos ou mortos”, recordando evidentemente que este silencio do governo sobre os esforços a fazer, pelo mesmo governo, para apoiar o crescimento económico é, “demolidor”! Meu caro, Já nem estamos nos finais do século XIX, nem no inicio do século XX. Hoje, vivemos o tempo da IV Globalização e devíamos recordarmo-nos que o reino de Portugal liderou, com os Templários, a I Globalização, numa lógica aliás, exacerbadamente estatista, o que limitou bastante a criação de uma economia globalmente sustentável…, mas tendo-a liderado valia a pena aprender com ela também. Nesta IV Globalização a questão levantada e bem pela Esquerda Liberal nos anos 80 está tão ultrapassada quanto a ideia do Fim da História sugerida por Fukuyama, que aliás já a negou, pois o Estado retomou um novo papel nesta Globalização da Economia – o de representação de uma comunidade, o de promoção da actividade dessa comunidade, e o defesa dos interesses dessa comunidade neste contexto global, onde as regras terão de ser refeitas se queremos ter uma economia de mercado e não uma economia de monopólios e de lobbies. Conheci Van Zeller quando representei em variadas reuniões da CIP a APEAFOP, e descobri neste cidadão um bem positivo bom senso e sentido de negociação, o que me levou a refazer, por ele e pela sua equipa, a ideia que tinha da CIP. Ao tempo da Esquerda Liberal o que nos unia era a necessidade de reestruturar uma economia de mercado fortemente abalada por estatizações sem rei nem roque e que ainda hoje têm reflexos altamente negativos que se sentem sobretudo na Península de Setúbal tendo em conta o temor que existe em investir nessa região em consequência das difíceis, quase impossíveis, relações dos empresários com o PCP e no mais que justo mal estar resultante de estatizações sem pagamento aos empresários da sua propriedade. Na verdade, houve mais que tempo, mais que oportunidade, para se constatar com a documentação na mão, de quaisquer ilegalidades cometidas e de penalizar quem de direito por essas ilegalidades, o que não foi feito, ao mesmo tempo que o Estado, apoderando-se da posse de muitas Unidades económicas, a preço zero, ainda por cima, se mostrou um desastroso gestor! Defendemos na altura a tese do Menos Estado, Melhor Estado, seguindo as ideias de Jaime Gama, entre outros, precisamente porque urgia libertar a Esquerda deste preconceito estatista que a dominava, a toda ela. Continuo a achar que o mais grave erro da Esquerda, toda ela, do MRPP ao PS, foi o nunca ter sido capaz de criar uma economia social sustentável, alternativa à economia capitalista e rentista, dominante em Portugal, tendo deixado que essa função fosse tomada pela Igreja Católica que a cumpre, claro, com a sua ideologia caritativista, não era de esperar como é evidente, outra coisa. Não tendo criado uma economia social sustentável, a Esquerda só tem vindo a perder apoio social e a tornar-se cada vez mais dependente do apoio privatista, limitando-a, (veja-se a idade média dos quadros da CGTP e seus Sindicatos, ou da UGT e seus Sindicatos, veja-se como os movimentos sociais em Portugal não existem), e subvertendo os seus pontos de vista, claro. De facto, o Estado Social em nada beneficiou a Esquerda portuguesa, nem os membros, individuais, da mesma, pelo contrario tornou-a dependente dos privados e das benesses desse Estado e tão somente. Curiosamente, e em contrapartida, foi o “Estado Social” que potenciou a alguma sustentabilidade da economia baseada nos baixíssimos salários portugueses, portanto em um mercado interno quase inexistente, e, por essa via sustentando a recriação da economia de mercado em Portugal, com o reforços dos apoios do Estado dados às Pessoas por via de uma Saúde Publica tendencialmente gratuita, de um Ensino Público tendencialmente gratuito, de uma Habitação “Social” apoiada pelo Estado, Central e Local, e de Transportes Públicos a reduzido preço. (E digo-te, claro que entendo que a Saúde e o Ensino devam atender ás opções de vida de cada um e, por isso, não possam ser na totalidade públicas.) Economia pública que foi fortemente reforçada com os financiamentos da CEE/União Europeia, vindos de outro conjunto de Estados Sociais… Tal permitiu o parque automóvel existente, as vias de locomoção existentes, a construção de habitação em massa na linha de uma habitação própria a cada família, (travando fortemente a mobilidade das Pessoas), os Centros de Distribuição de bens em massa existentes e o reforço do sistema bancário privado existente, a par do sistema segurador, etc.! E, com um Mercado Interno reforçado, apesar das destruições massivas de unidades económicas nas Pescas, na Agricultura e mesmo na Indústria, o país sem Império suportou-se sem no entanto desenvolver uma economia Sustentável, mas sim baseada em endividamento, publico e privado, crescente. E não meu caro não foi um erro. Podia-se ter gerido melhor, com mais parcimónia, alimentando menos a ideia de uma habitação para cada Família, alimentando menos o consumismo sem regra, gerindo mais adequadamente a captação das Receitas do Estado e as Despesas do Estado, impedindo que ao muito grandes Centros de Distribuição fossem taxados como se fossem uma mera mercearia, o que gerou dois dos três Mais Ricos de Portugal e pouco mais, etc… O problema esteve sobretudo na má gestão, sem duvida praticada por todos os partidos do Arco Parlamentar, que são os partidos do Arco Regional e Local diga-se, mas esteve e está sobretudo no facto da economia globalizada, nesta sua IV Globalização, em consequência da livre circulação da moeda não ser acompanhada, ao mesmo nível, pela livre circulação de Pessoas e Bens e pelo controlo das lógicas monopolistas geradas pela livre circulação da moeda, estar a tender para a tese do empobrecimento das Pessoas em geral, o enfraquecimento dos Estados, (e os Democráticos em particular) e portanto para a criação de lógicas contra a economia de mercado e a Democracia! Eu, cooperativista, defensor de uma Economia Social dominante, no seio de uma economia de mercado, concorrencial portanto, mas controlada pelo interesse das comunidades, eu anti estatista, vendo o percurso que estamos a seguir meu caro Henrique Monteiro, uma coisa garanto antes o Estado Social que o Medievalismo sem Estado que as Agencias de Notação e os seus patrões na alta finança defendem! Eis porque tiro o chapéu a Van Zeller! Eis porque, estando na oposição, aceito este aumento dos impostos em alternativa aos despedimentos na Administração Central e Local e á radical destruição do SNS e do Ensino Público e porque, face à Crise, continuo a defender um Governo de Unidade Nacional e não de Família política. E eis porque não te tiro o chapéu!
publicado por JoffreJustino às 17:34
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Sexta-feira, 9 de Setembro de 2011

Na Capital Mais Cara do Mundo, Luanda,…E A Crise Por Cá!

Na Capital Mais Cara do Mundo, Luanda,…E A Crise Por Cá! Citando do Face Book e de emails recebidos… “Francisco Lopes Paulo Vaz, membro do Bloco Democrático, do Panguila, acaba de ser preso e conduzido a 2ª esquadra. Não são conhecidos ainda os motivos. O jornalista do semanário o Continente, João Jorge, foi, igualmente, preso. Francisco Lopes 8 de Setembro de 2011 11:45 JULGAMENTO DOS MANIFESTANTES CONTINUA HOJE 5ª FEIRA 1. O julgamento foi adiado por falta de relatórios médicos adequados e de processos não organizados convenientemente, a pedido do Procurador; 2. Na terça feira tiveram liberdade provisória Ermelinda Freitas por, segundo o Procurador, pela sua idade não terá cometido qualquer agressão e Bruno Silva, cardíaco, por razões de saúde. 3. Os presos foram encaminhados, uns para o hospital de policia, outros para a prisão de Viana, onde foram fardados. Nenhum contacto com as famílias foi permitido. … 5. O Procurador inicial foi substituído, enquanto a equipa de advogados, estrategistas e observadores jurídicos mantêm-se 6. O Tribunal está apinhado de cidadãos. Todos os andares até ao terceiro estão cheios de cidadãos. 7. Os jornalistas estão a ser postos na rua PELA LIBERTAÇÃO DOS DETIDOS INJUSTIÇADOS E CONDENAÇÃO DO REGIME AUTORITÁRIO Filomeno Vieira Lopes Cronologia dos acontecimentos em vídeos Declaração dos organizadores: http://www.facebook.com/l/TAQCLCd2kAQAPKqBNkOCS65S_r6JOSfn1BUX2HBxEGIK90A/youtu.be/XH2OECmF0No Brutalidade na Sagrada Família: http://www.facebook.com/l/PAQB_fHEuAQDuAspPS7k8ihwuj7dw0RaMbn78PPnr0e3VLQ/youtu.be/5aZAnMHHzfk Do Lado de Fora do Julgamento Adiado , POR FALTA DE PROVAS .MP4: http://www.facebook.com/l/xAQCkMxLCAQBwx886A1_awwrtSrBDAeSwB1amc_tLNOxCYg/youtu.be/Qh2mMKDfKg4 No tribunal da policia...: http://www.facebook.com/l/8AQANQSLWAQDJaCM35h-2arBOrthDNLhGMOgLLcJPBSekUQ/youtu.be/5kNmjM0EcNw Francisco Lopes 8 de Setembro de 2011 14:24 Para além de Ermelinda Freitas, Pedro Malembe e Adolfo Campos, acaba de ser preso o membro do Bloco Democrático, responsável Municipal do Sambizanga, companheiro ABRÃAO, quando, em protesto pela prisão de Nfuka, lider juvenil da unita (está naprisão da ilha) se dirigia a embaixada americana. Encontra-se na 2ª esquadra No dia 8 de Setembro de 2011 13:19, Pedro Coquenão <pedroqualquercoisa@gmail.com> escreveu: Actualização 8.30 - Respondendo ao apelo que circulou por sms e nas redes sociais, juntaram-se muitas pessoas à porta do Tribunal da Polícia prestando solidariedade. 10 - O ambiente é bom. Continuam a chegar pessoas. 12 - Por volta desta hora, em coro, foi entoado: "Zé Dú bandido, o povo está cansado!" 13 - Há pouco, o jovem Nfuka, secretário da Jura foi detido. ... Entre grupos com cartazes, grupos a cantar em coro e outras solidárias espalhadas na frente do Tribunal, serão perto de 1000, mais carros e pessoas que param momentaneamente. Clima mais tenso agora depois de lider da juventude da Unita ter sido preso. Alguns manifestantes marcharam em direcção a Embaixada Americana. Polícia intercedeu. Carros foram apedrejados. ...”. Fim de citações. José Manuel Fernandes vive na fantasia, que ele próprio inventou, por razões que só ele conhecerá, mas com consequências que ele ao que parece, desconhece. Mas o grave é que ele desconhece porque quer desconhecer e não por falta de informação. Vejamos Luanda, a capital mais cara do Mundo. Derrotada a UNITA, morto o dr Savimbi, acordado o Memorando de Entendimento, o regime de Luanda, acarinhado por todo o Mundo, da Rússia aos EUA do sr Bush, passando por Portugal, todos respiraram fundo e acharam que o maná cairia dos céus, para todos, a partir daí. José Manuel Fernandes entre esses todos… O petróleo, os diamantes, o recomeço da economia produtiva e não somente rentista, geraram uma enorme oportunidade de acréscimo do PIB em Angola, o que, claro aconteceu, com ela a ser actualmente a maior produtora de petróleo de África, 2000000 barris de petróleo por dia, ( e, quando, neste sector se assume a produção deste montante podemos, à vontade acrescentar bem mais 500 000 barris…). O problema é que o acréscimo de produção não significou acréscimo da Distribuição da Riqueza, somente, um acréscimo limitado, bem limitado, dessa Distribuição, centrada na elite do partido no poder, o MPLA que, de membro da Internacional Socialista, se dedica a apoiar activamente a Internacional Democrática do Centro, apoiando activamente por exemplo o PSD, contra o PS, ( não esquecendo o apoio ao PCP, velho amigo), e calando assim todo o mundo. Investindo e muito em Portugal, em especial adquirindo propriedades e acções, a elite angolana tem sido um pulmão adicional interessante para a economia portuguesa, note-se. E ainda bem, porque sou defensor activo da Comunidade de Expressão Portuguesa e o reforço relacional no seu seio é essencial para toda ela. E, relevo que este investimento fora de portas não tem impedido de vermos um crescimento económico significativo neste país que é também o meu. Crescimento, no entanto, não distributivo e sem dar mostras de ser sustentavelmente desenvolvido. Por isso, pela má distribuição dos rendimentos e apesar do trauma da Guerra Civil, apesar do poder de fogo do Estado e do seu carácter bem violento, a Juventude começou a revoltar-se. José Manuel Fernandes que conheceu algo bem parecido na sua Juventude neste seu país, deveria lembrar-se de tal antes de escrever as asneiras que escreveu hoje no seu inefável texto no Publico! E, relevo, em Angola estamos a assistir ao principio do fim deste regime de José Eduardo dos Santos, somente ao principio do fim…sendo que eu anseio por que no Regime haja quem entenda a necessidade de Reformas aceleradas, a bem de Mudanças sem terríveis violências, tais como as vividas em 1977 e em 1992. Eis o que dá uma má distribuição dos rendimentos na mais cara capital do Mundo, onde os tais mercados amigos de José Manuel Fernandes dominam, atendendo ás especificidades de um pais “emergente” como Angola. Pois o que se passa em Portugal? Endividámo-nos em demasia? Sem duvida. Mas quem alimentou esse estado de espírito pró endividamento sem fim? Ponhamos os nomes. A CEE/União Europeia que disponibilizou fundos “sem fim” e sem controlo sério. Os Governos todos de Cavaco Silva a Sócrates mas, sem duvida com desbragamento superior com Cavaco Silva e António Guterres, sendo que Sócrates errou por uma intervenção de travagem do aquecimento da economia por defeito e tão só! Pelo que se endividamento tem responsáveis é bom que os mesmos assumam em conjunto essa responsabilidade e se esforcem seriamente por emendar o erro. E, relevo, Soares não está nessa lista de responsáveis. Mas há mais. A Banca Portuguesa. Mas, aqui sou obrigado a por um travão pois se a Banca alimentou o consumismo, confesso que entendo que o alimentou com alguma precaução e não no selvático e ganancioso modelo dos “conservadores” irlandeses e gregos. As grandes empresas de Distribuição. Que diria o senhor Belmiro de Azevedo se em 1975 lhe dissessem que iria estar entre os 300 mais ricos do Mundo? Alimentando benesses por todo o Poder Local possível, investindo em todos os partidos políticos, as grandes empresas de Distribuição alimentando o Consumismo desbragado, ao mesmo tempo que alimentaram sempre os mais baixos salários de Portugal, tudo fizeram pelo endividamento. Em especial das Famílias. As grandes empresas de Construção Civil. Impondo-se ao Estado, estas empresas são as grandes responsáveis pelo endividamento do estado, Central e Local, em Portugal. De novo Soares, o patriarca e republicano Soares, não está nesta lista. De repente, sem razão particular para além do endividamento, os tais “mercados”, os da alta finança que descreram da União Europeia, na verdade de toda a Europa, e da filosofia política da Europa, esta perigosa filosofia do que fez nascer o Estado Social, com líderes de Direita e líderes de Esquerda, atacam Estados com dividas, mas estáveis e capazes de encontrar soluções para superar o endividamento, impondo um crescendo de custos com os juros da dívida absolutamente insuportáveis. Imposição que, claro, não existe em Angola, pois o seu endividamento é chinês e não americano e, assim, ainda está de fora da influência dos da alta finança que só querem mesmo é destruir os Estados democráticos, que tanto dificultam a concentração da riqueza. Claro que se escreve muito sobre o crescimento Angolano, e bem, mas claro que quase nada se escreve sobre o como vivem os Angolanos, mais de 80% deles, que vivem com menos de dois dólares por dia! E, claro, José Manuel Fernandes nem deles fala. No entanto deveria ter mais juízo, dada a experiencia ganha durante o seu antigo esquerdismo, pelo menos isso. Porque se os Angolanos, que deixaram de conhecer alguma estabilidade vivencial desde 1975, económica, social e política, se revoltam, que pensa José Manuel Fernandes que pode acontecer com a perca de rendimentos, de direitos sociais, adquiridos no decurso destes últimos 37 anos? Posso entender que dificilmente, em Portugal, ( mas a crise não acontece somente em Portugal…), se viva uma Revolução, só que Soares não falava somente de Portugal. Mas estou certo que a tendência para a Violência é óbvia. E não o digo com prazer, mas sim com preocupação pois esse estar de violência, em Portugal, tende a ser mais aproveitado nas extremas direitas que no restante das famílias politicas. Tem juízo meu caro, não brinques com o fogo que te queimas! E muito! Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 11:18
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Quinta-feira, 8 de Setembro de 2011

Há Asneiras A Não Repetir, Ou A Não Iniciar…

"Penso que é imperativo que o Governo português expresse às autoridades angolanas o seu protesto perante a agressão de que foram vítimas [durante a manifestação de sábado contra o chefe de Estado angolano] jornalistas portugueses da RTP, com destruição do equipamento, para além da repressão dos cidadãos angolanos", vincou a eurodeputada do PS. Em declarações à Lusa, Ana Gomes disse que o Governo português deve exigir também a "libertação de todos os manifestantes que ainda estão detidos" na sequência de uma "manifestação que até foi autorizada" pelas autoridades. A eurodeputada manifestou-se "muito preocupada" com as "notícias que chegam de Luanda" e adiantou que vai transmitir essas preocupações à chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e ao Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. (retirado da Internet) A mais importante, para mim claro, é este silenciar perante estas detenções havidas em Luanda, na sequencia de uma manifestação absolutamente legal e cuja repressão, aliás, está a gerar, mesmo dentro do Regime e do Governo de Angola, significativo descontentamento. Por isso, começo este texto por divulgar o apelo ao Governo Português, da Deputada europeia, do PS, Ana Gomes. Os Direitos Humanos são distintivos na Governação, fazendo-a ou não Democrática. No entanto, há mais. Vi na comunicação social que se pretende, com o argumento da Crise e da necessária poupança dos gastos do Estado, deixar de comparticipar nas despesas das Cidadãs com a sustentabilidade da sua sexualidade, e do seu corpo felizmente reprodutor, estando a pílula entre os medicamentos que passarão a ter comparticipação zero. Não lembra a ninguém esta atitude. No país com um dos mais baixos Salários Mínimos da União Europeia, 485 euros, com uma das mais largas disparidades salariais entre Mulher e Homem, com a total inexistência de Educação Sexual que existe em Portugal, deixar de comparticipar na pílula, tem de ser considerado que se assiste a um claro retrocesso civilizacional! Inaceitável por todas as razões, até recordando o Bastonário da Ordem dos Médicos, que defendeu, e mais que bem, que existe a alternativa de taxar o fast food, como meio de apoiar o Serviço Nacional de Saúde! E posso até acentuar que sou um dos que, de tempos a tempos, utilizo a fast food na minha alimentação, por gosto. Mas, claro, moderadamente, porque a obesidade é um grave perigo para a saúde e eu já estou nessa faixa! Por esta via cria-se, tão só, uma situação de redução das Despesas do Estado pondo em causa, desnecessariamente, as implicações, na Saúde Pública, deste corte sem lógica, até comparticipação zero, nas pílulas, mas também nas vacinas contra o cancro no colo do útero. Confesso que estas medidas cheiram a imposição do foro religioso sobre toda uma sociedade, a portuguesa que, sendo maioritariamente católica, no campo da sexualidade se encontra em crise clara, em processo de rejeição mesmo, com as opções da Igreja Católica! Se os membros liderantes da Igreja Católica pensam que servem seus Valores com estas atitudes, seria de todo útil que, como eu, lessem atentamente a Bíblia pois esta rejeita, claramente, estas opções, impostas no ambiente cultural medieval que, (Bernardo de Calatrava é um exemplo, entre o Bem que fez, pois como Pessoa que era cometeu como todos erros), chegou ao ponto de assumir que, porque a Reprodução era também sexual, o Ser Humano era um ser de Pecado, que deveria desaparecer pela proibição total da Sexualidade. E, note-se, não estou a falar dos Cátaros, falo sim de membros da Igreja Cristã de Roma, medieval! Porque a Bíblia em nada conduz a considerar o Sexo como sendo um Pecado. Portanto os valores cristãos não estão em causa, em nada, nem com o preservativo, nem com a pílula, nem com qualquer outro processo contraceptivo! Mas a Saúde Pública está! Mesmo para os que como eu entendem ser grave este caminho para o suicídio colectivo dos Portugueses - 1,3 crianças por casal significa isso mesmo, um suicídio colectivo! Mas, sendo a gestão do nº de filhos por casal uma opção de cada família e de cada membro da mesma, há que pôr o dedo na verdadeira ferida – o baixíssimo rendimento médio familiar português é que fez com que em 40 anos se passasse de três filhos por casal para 1,3 filhos por casal! Mas existe ainda mais a reflectir hoje. Não sendo estatista, não o sou convictamente, e entendendo bem a solução do Fundo de Compensação do Trabalho, achando inclusivamente que os argumentos que vi escritos na comunicação social são ridículos, em nada me parece adequado ver nascer uma medida “à colectivista”, (o que nada tem a ver com a percepção comunitarista que devemos ter na minha opinião), de taxar todas as empresas por igual, 1% por trabalhador, para todos os sectores. Nem me parece que seja uma solução ver como tecto máximo o tal 1%! Aliás, entendendo que a Segurança Social é obra dos Trabalhadores e não do Estado, o que veementemente relevo, acho que há que ter mais paciência, dar mais tempo à ponderação, estudar melhor as situações e experiencias internacionais antes de decidir a seco. É inaceitável, por exemplo que a mercearia do meu bairro pague o mesmo que a SONAE, etc… Como entendo, para terminar, inaceitável que se tenha deixado de falar no aumento para 500 euros do Salário Mínimo Nacional! Joffre Justino E-mail : jjustino@epar.pt Blog pessoal: coisasdehoje.blogs.sapo.pt/
publicado por JoffreJustino às 16:42
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Quinta-feira, 1 de Setembro de 2011

“36 Milhões de Pessoas Morreram de Fome o Ano Passado…”

“En solo 10 minutos de reportaje Jean Ziegler deja muy claro que las personas que mueren diariamente de hambre y de sed actualmente en el planeta son asesinadas por la especulación criminal que de forma global se hace con los productos de primera necesidad.” (in youtube) No entanto, segundo a ONU e este seu especialista, Jean Ziegler, existem condições agrícolas para alimentar, e bem fora da “zona de fome”, 12 mil milhões de Pessoas, quase que o dobro das Pessoas do Planeta. Estamos mais uma vez a lidar com uma “lógica de mercado” que não tem especialmente a ver com a economia de mercado dos clássicos da Teoria Económica. E estamos porque, no momento actual, segundo o videoclip abaixo, 500 sociedades transnacionais, que agem fora dos esquemas dos Estados Nacionais, e por isso funcionam fora das regras do mercado, monopolizando sectores essenciais do mesmo, representam no momento 54% do Produto Mundial Bruto, larga parte dele colocado nas Bolsas Internacionais, submetido portanto à mais pura especulação financeira e ao mais completo descontrolo, por parte dos Estados e das Pessoas. Jean Ziegler, por isso, denuncia a economia actual, apresentando-a como uma economia do tipo feudal e não capitalista, isto é, fora das lógicas formais da economia de mercado, onde as lógicas monopolistas são expressamente consideradas como anti económicas, devendo ser, por isso, proibidas. A Globalização, tal como se apresenta hoje, é um evidente retrocesso, para uma parte substancial das Pessoas do Planeta. Precisamente porque ao desenvolver-se fora dos contextos nacionais, sem controlo por parte dos Estados, e sobretudo das Pessoas, originou processos de fusão que torna impossível que o mercado funcione. O lado financeiro da economia domina hoje toda a economia, desvirtuando a noção de Mercadoria, que se encontra totalmente dependente de interesses não dos consumidores, mas sim dos especuladores financeiros. Passando pelo crivo das Bolsas, as mercadorias vêm-lhes ser adicionadas um valor, estritamente financeiro, que encarece os produtos, mas, por outro lado, porque estes produtos têm de ter um Preço que cubra a sua componente financeira, e porque os Estados se encontram endividados sendo que 37 países do Planeta sobrevivem estritamente à custa de Importações suficientemente caras para descapitalizarem os mesmos fazendo com que a sua Agricultura se torne inviável e por isso deixando de existir. Não fazemos parte dessa parte do Planeta, mas vimos já como a Agricultura em Portugal perdeu em influencia económica e em produtos a colocar nos mercados locais, pois os produtores locais não encontram mercados para os seus produtos, fora “das regras”, “mais caros”, e sem meios de distribuição. Impondo-se por isso a Importação destes Bens Agrícolas, aparentemente “mais baratos”… E, claro, aumentando o endividamento dos Estados e das Pessoas. Nesta lógica nascem outro tipo de explorados, que se situam fora dos Mercados das economias avançadas, silenciados nos media, a não ser para recordar as Fomes em que vivem quase permanentemente, e acentuar a “bondade das caridades”, que nunca resolvem o cerne dos problemas. Não há pois nesta economia globalizada uma real Responsabilidade Social das Organizações, nem qualquer preocupação para com as Pessoas e tal tem-se vindo a reflectir na forma como a mesma economia globalizada ataca agora os Estados dos países mais desenvolvidos, por forma a fragiliza-los também. Deixemos manter esta situação, em que não nos preocupamos com a imensa maioria das Pessoas do Planeta e o tempo da desgraça para Nós também, chegará inevitavelmente! Na verdade, cada vez que esquecemos uma parte das Pessoas, estamo-nos a esquecer de Nós Mesmos, a prazo. Eis porque a luta pela Democracia, política, económica e social tem de ser Global, atendendo a todos os Cidadãos deste Planeta! Eis porque quando lutamos pela Regulamentação das Agencias de Notação, por exemplo assinando a Petição pela Regulamentação das Agencias de Notação, em http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N6501 , estamos a lutar em prol, também dos Mais Desfavorecidos do Planeta e a travar esta via para a desgraça Humana, que hoje nos é imposta! Vejam o vídeoclip abaixo, que recebi de gente amiga e que me sinto no dever de divulgar, preocupado que estou, obviamente, também, pela Qualificação Escolar e Profissional das Pessoas onde vivo, Lisboa que hoje estão afectadas nos seus rendimentos e vivem no seio de um Mercado de Trabalho altamente concorrencial exigindo mais e mais Qualificação, escolar e profissional, mas feita num contexto de forte formação cívica! Vejam pois o site da EPAR, Escola Profissional Almirante Reis, www.epar.pt ! http://www.youtube.com/watch?v=UeCPV0_d-U0&feature=share Joffre Justino .
publicado por JoffreJustino às 16:13
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