Quinta-feira, 21 de Julho de 2011
Não tenho sentido estético, nem formação suficiente, académica ou outra, que me permita fazer apreciações sobre a Bienal de Cerveira, que tive a oportunidade de visitar este fim de semana, numa excursão organizada por uma associação de artistas com o apoio da Câmara do Seixal, e onde fui por incentivo da minha irmã, Helena Justino, pintora e o meu cunhado Manuel Rodrigues Vaz, jornalista e critico de arte.
Posso, simplesmente, repetir o que me disseram, que se trataria de um dos eventos mais interessantes destas 16 bienais já vividas em Vila Nova de Cerveira, e que eu apreciei significativamente as suas componentes na pintura e na fotografia e bem menos na componente que denominarei de digital.
Mas, quem sou eu?
No entanto, já sinto ser meu dever a divulgação da minha extrema preocupação, quanto à evidente crise que vi ser vivida tanto no Porto, como em Caminha, (onde estava a acontecer uma bem curiosa Feira Medieval com uma forte, talvez demasiada, participação de artesãos e comerciantes galegos e uma bem mais pequena participação portuguesa!), como as fotos acima mostram – edifícios abandonados enorme, demasiada, profusão de placas com edifícios e apartamentos à venda).
O Porto então, terra de meus pais e onde ainda tenho parte da minha família, está um autêntico Desastre!
Edifícios abandonados, degradados, colocados à venda com a impressão de o estarem há já um bom tempo, relevam a existência de uma bem frágil e estagnada economia, por todos abandonada, pois, então na actividade económica em geral o que se vê são lojas vazias, escritórios abandonados, por toda a parte histórica desta maravilhosa cidade, uma das raízes de um que foi forte Império e de uma mais que dinâmica Urbe!
(Felizmente ainda está bem forte e presente o FCP!...).
Não se entende, aparentemente, como tal pode ser possível, pois a Região do Norte ainda é fortemente beneficiária dos financiamentos comunitários, dando a clara sensação de o município ter assumido uma posição de Deixandar até considerando o desleixo em jardins, nos passeios e no estado das ruas!
Pretenderá este município deitar abaixo as raízes históricas do Património Construído Portuense?
Se não pretende, garanto que bem que parece!
Dói, a quem gosta do Porto, ver o estado a que esta cidade chegou e, mais que dói, assusta imaginar, o que tende a suceder no futuro imediato, tendo em conta a crise financeira do Estado e do município e, portanto, a sua incapacidade em dinamizar uma política de requalificação da Cidade.
Segundo a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, no 1º trimestre de 2011, “Ao nível da produção, verificaram-se quedas na generalidade dos índices, que atingiram 20,9% no segmento dos Edifícios Residenciais, 11,9% no segmento da Engenharia Civil e 5,1% no segmento Não Residencial Privado.”, e, ainda, “Efectivamente, a evolução do peso dos desempregados oriundos do Sector no desemprego total tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos. Enquanto em 2008, em termos médios anuais, o peso era de 10,2%, em Abril já correspondia a cerca de 14,6%, numa clara tendência ascendente, contribuindo de forma bastante expressiva para o aumento da taxa de desemprego nacional.”, o que releva que a crise, neste sector, vem de 2008, caindo em cima da crise mundial que nos afecta enormemente, país de economia aberta que somos.
Na verdade, desde, ao que parece, 2008 que chegámos ao fim de um ciclo, que poderemos denominar do ciclo “uma casa para cada família e uma rotunda para cada esquina” que, porque somos um país com uma classe média de baixos rendimentos, ( com um salário médio nos 800 euros como poderia ser de outra maneira…?), e porque somos um país de evidente decrescimento demográfico, só durou, e à custa dos financiamentos comunitários, 22 anos.
E, note-se, durou tanto tempo porque houve, felizmente, muita Obra Pública a fazer, em consequência do laxismo social do regime salazarento .
Na minha humilde opinião, realço que ainda não atingimos o auge da “bolha do imobiliário à portuguesa”, pois o excedente de habitações é evidente, e, ainda por cima, o parque habitacional antigo, detido em boa parte por esta classe média portuguesa totalmente descapitalizada, ( sei bem o que é ter um edifício com rendas com um máximo de 1,35 euros mês e um mínimo de 97 cêntimos, mês), não terá quaisquer condições para recuperar estes edifícios e, sequencialmente, colocá-los em regime de arrendamento, para Jovens casais (que, aliás, hoje, vivem em regime de baixos e instáveis salários), como já vi a CIP defender como medida de ultima instância para fazer recuperar este sector!
À excepção do, claro, já significativo parque habitacional detido pela Banca portuguesa depois das falências das famílias que detinham edifícios e apartamentos por este país fora, pois essa sim terá capacidade de retoma com alguma vantagem, mas certamente de resultados bem diminutos, dadas as características remuneratórias dos Jovens casais.
E falo nos Jovens casais porque os Jovens sós esses manter-se-ão nas casas dos pais enquanto puderem, como fazem há já vários anos!
Definitivamente, cabe aos municípios encontrarem soluções, de Comunidade, para apoiarem medidas de recuperação do parque habitacional histórico, geradoras da recuperação das empresas da Construção Civil e do Imobiliário e, também, das famílias detentoras de edifícios e apartamentos.
Soluções que necessitariam do apoio do Estado, no plano do Investimento.
Ora como o Estado está falido, como redinamizar a economia, ou, pelo menos deste sector?
Basta imaginar uma “revolução” na Lei do Arrendamento?
Com valores de partida ao nível dos 97 cêntimos, é impossível, os resultados serão irrisórios a não ser que se liberaliza totalmente o mercado, o que geraria uma imensidão de famílias sem lar !
Daí talvez o Deixandar da Câmara Municipal do Porto!
E, sobretudo, a razão de uma preocupação que me acompanha desde 2009, pois esta tendência para fazer depender o crescimento da economia do crescimento do sector da Construção Civil e Obras Públicas, que dominou a política económica portuguesa desde 1986 até 2005, só podia resultar em desastre, neste Desastre!
Como já referi, o mercado é diminuto em dimensão e em rendimentos médios, e hoje, simplesmente terminou com este impasse!
Há mais habitação que a necessária, há rendimentos médios demasiado baixos e há um segmento proprietário totalmente descapitalizado, incapaz de recuperar o parque habitacional antigo por ele somente!
Ao que temos de acrescentar agora um Estado em grave crise financeira e gerido por uma equipa neo liberal, e dominado por uma União Europeia dominantemente neo liberal!
Trata-se na verdade do caso da pescadinha de rabo na boca – onde encontrar a solução?
Somente em mais endividamento do Estado, o que é hoje, completamente impossível, e, por isso, a premência no controlo e na Regulamentação das Agencias de Notação!
Exigência de defendo desde há um ano, sem grandes resultados note-se!
Porque existem endividamentos e endividamentos, pois uns rentabilizam-se e outros degradam mais a situação, e as negociações entre democratas e republicanos nos EUA mostram tal, tal como mostram a incapacidade em sair da pescadinha de rabo na boca!
Ora as Agencias de Notação, preocupadas somente com o ataque estratégico à União Europeia e ao euro, não querem saber de tal e a própria União Europeia que alimenta a senda neo liberal parece que tende a sustentar a degradação das economias mais frágeis, sem qualquer contemplação!
Por isso entendo que há que criar uma Opinião Publica mais informada e mais interventiva e daí o Colóquio que a EPAR vai realizar a 22 de Julho, na EPAR, Escola Profissional Almirante Reis, pelas 21h, na rua do Paraíso nº 1, em Lisboa, As Agencias de Notação, a Europa e a Crise Mundial, onde intervirão os Doutores Fernando Gaspar e Julio Dias, assim como eu mesmo.
Joffre Justino
.
Segunda-feira, 18 de Julho de 2011
Pois, mas vejam abaixo um extracto/noticia de um Comunicado do Governo Angolano, e comparemos Angola com Portugal!
“Num comunicado enviado ao Jornal de Angola,
o Executivo indica que a Fitch elevou a nota de
Angola a 24 de Maio de 2011, a Moody’s em 3 de
Junho e a Standard & Poor’s na passada terça-feira, 12.
De acordo com o documento, as agências resolveram
elevar a anterior notação de “B+” com perspectiva
positiva para “BB” com perspectiva estável, nas tabelas
da Fitch e da Standard & Poor’s, e de “B1” com perspectiva
positiva para “Ba3” com perspectiva estável na tabela da
Moody´’s, o que equivale à classificação “BB-” das outras duas.
O Executivo considera, no comunicado, que a elevação da notação
ao nível “BB-” pelas três agências “mostra que a economia angolana
está menos exposta à especulação financeira, habilitando-se, num
futuro próximo, ao acréscimo de mais um “B” à sua notação, quando,
então, poderá ingressar no grupo dos países classificados com o grau
de investimento”. Segundo o comunicado, as três agências
“reconheceram que a economia angolana continua robusta e vai no
caminho certo, num cenário internacional ainda conturbado pela
interminável crise de dívidas soberanas em países mais desenvolvidos”.
Esta posição segue-se à avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI)
que, a 27 de Junho último, enalteceu o desempenho da economia
angolana e assinalou o cumprimento, pelas autoridades de todas as metas
de desempenho do acordo “stand-by” assinado com aquela instituição
financeira. O Executivo explica que a Fitch deu destaque ao facto de o país
ter ultrapassado de forma relativamente rápida o efeito da crise financeira
global de 2008-2009, reforçando a sua política macroeconómica, ao combinar
medidas de ajuste fiscal e monetário com a recuperação dos preços
internacionais do petróleo, para regularizar uma parcela substancial de
pagamentos acumulados em 2009 e manter a trajectória de recuperação das
reservas internacionais.
Por sua vez, para elevar a sua nota, a Moody’s identificou três factores, como
a melhoria das contas fiscais e cambiais propiciadas pela recuperação dos preços
do petróleo, “convertendo-se num défice fiscal de dez por cento do PIB, em 2009,
para excedente em 2010”.
O progresso na implementação das reformas preconizadas por Angola no acordo
“stand-by” com o FMI e a regularização dos pagamentos em atraso perante
fornecedores, acumulados durante a crise de 2009, são factores que contribuíram
para elevar a nota.
A Standard & Poor’s realçou a melhoria dos resultados das contas fiscais e externas,
prevendo que preços relativamente altos do petróleo e do gás, bem como o aumento
na sua produção, darão suporte à economia entre 2011 e 2014, referindo, também, o
fortalecimento da sua gestão macroeconómica e monetária, bem como a regularização
dos pagamentos acumulados na crise de 2009.
A Standard & Poor’s considerou ainda o facto de a economia angolana possuir
“a perspectiva de um forte crescimento” com um “reduzido nível da dívida pública
interna e externa”, além de que o PIB per capita de Angola ultrapassa o de vários países
com a mesma notação (“BB-“). “
Confesso, antes do mais, que este comunicado me põe particularmente satisfeito, por várias razões,
a) Porque mostra que Angola está em franco processo de recuperação face aos anos da Guerra Civil
b) Porque mostra como tenho razão quanto à total irresponsabilidade analítica deste oligopólio de 3 Agencias de Notação que denomino de cocainomanas!
c) Porque mostra como mesmo os que se dizem católicos e da Opus Dei e defendem as Agências de Notação, assumem na verdade um acto pecaminoso à luz dos critérios da sua igreja, a católica!
Sou luso angolano e, como sabem muitos dos que me lêem, não sou angolano porque o Estado Angolano decidiu não me reconhecer como tal, por razões estritamente políticas, pelo que tudo o que beneficia Angola e os Angolanos me põe especialmente contente!
É ainda de relevar que, “A dívida pública total de Angola, interna e externa, está avaliada em 26.108 milhões de dólares (26,108 bilhões) norte-americanos, dos quais US$ 15.074 milhões de dólares de dívida externa contratual, incluindo o sector empresarial público, afirmou sexta-feira (4), em Luanda, o ministro das Finanças, Carlos Alberto Lopes….Ultrapassado o ano de transição de 2010, referiu o ministro, o cenário actual revela o êxito do Plano de Acção do Governo face à crise, visto que os atrasos de pagamento remanescentes do OGE de 2009, que eram de US$ 5.745 milhões, reduziram-se, no espaço de 14 meses, para US$ 2.745 milhões, depois de pagos US$ 3.000 milhões…..“A dívida pública total representa cerca de 30 porcento do Produto Interno Bruto (PIB) projectado para 2011, não ultrapassando, portanto, quer no conceito de PIB, quer no de Produto Nacional Bruto (PNB), o índice internacional de referência, que é de 50 porcento” - asseverou o titular das Finanças.
Angola, como se vê, apesar de continuar a ser governada em lógica semi totalitária e com uma filosofia economia absolutamente neo liberal, tem vindo, na sua prestação económica, a melhorar com o findar da Guerra Civil, o que me é particularmente grato.
No entanto, esta realidade aparente de crescente melhoria é facilmente desmontada, como se vê citando um texto de Manuel Alves da Rocha, in Zwela Angola, “Um rendimento médio mensal dos 20% mais pobres em 2008/2009 de 1414 Kz, equivalente a 18,1 USD à taxa de câmbio de 2008, que quantidade de bens de consumo básico pode adquirir? Porém, a matéria relacionada com a expressão monetária do rendimento médio mensal não se coloca apenas nos 20% mais pobres. É geral. Por exemplo, os 20% menos pobres auferiram, em média nacional, 26 035 Kz de rendimento, equivalentes a 334 USD por mês (11 USD por dia)”, e é esta a realidade económico social da Angola de hoje, que as Agencias de Notação esquecem, em especial na necessária comparabilidade entre Estados!
Desta forma, esta classificação das Agencias de Notação, em alta, para Angola, mostra bem como existem neste Planeta vários Universos, digladiando-se, onde um tem em conta somente os campos financeiros, e onde os restantes procuram ter em conta as realidades macro económicas de médio e longo prazo, e, em especial o principio básico de que a economia são as Pessoas num contexto relacional de recursos escassos!
Mas são as Pessoas que fazem a Economia e que dela beneficiariam, melhor ou pior e daí as Nações Unidas terem em especial atenção o Índice de Desenvolvimento Humano, IHD !
Neste contexto Portugal está em 40º lugar do IDH e Angola em 146º lugar, ( note-se que a República de Cabo Verde está em 118º lugar e a República de Timor Leste em 120º lugar,… e que a Grécia está em 22º lugar!), porque e cito algo bem simples a WIKIPEDIA, “ O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente bem-estar infantil. É usado para distinguir se o país é desenvolvido, em desenvolvimento ou subdesenvolvido, e para medir igualmente o impacto de políticas económicas na qualidade de vida. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e pelo economista indiano Amartya Sen.[3] “
É evidente que será de todo vantajoso que este grau de Desenvolvimento não se baseie em simples endividamento, mas também é certo que o limitar-se a classificação de um país pelo grau de endividamento escamoteia o real estado do país e as reais razões do endividamento para o país chegar ao estado económico social em que se encontra!
Mas não é aceitável que se fiscalize os Estados somente com base em critérios de endividamento!
Gostava de ver, (desafio-o aliás), o católico, e ao que dizem Opus dei, João César das Neves a viver com, já não digo 60 cêntimos de dólar por dia, mas ao menos 11 dólares por dia, durante, vá lá, um mês, para entender o que digo na pele e na carne!
A ver se não se endividava!
Estou mais que convencido que deixaria de dizer as “boutades” que diz sobre as Agencias de Notação!
“É chatear o árbitro”, diz ele!
Qual árbitro, que arbitro, quem decidiu que a economia global necessita de um árbitro sem que saibamos que regras orientam tal arbitragem?
Mas vem um argumento ainda melhor, de risível e batoteiro, “Porque a Moody’s não só tem razão, como está a dizer aquilo que os da esquerda andam a dizer: que Portugal não vai conseguir pagar a dívida”… a) adoro esta de “os da esquerda”, (e nós é que somos arrogantes…), e b) e rio-me ainda mais que diga que “os da esquerda” dizem que não vamos pagar a dívida, tal como a Moody’s..!
Porque, recordando um clássico de “os da Direita”, o ex chanceler alemão, Helmut Khol, segundo o Publico de hoje, “Ela (Angela Merkell) está a destruir a minha Europa”, frase que fica muito bem ao lado de uma outra de um outros de “os da Direita”, Volker Bouffier, “A Europa é um projecto político. É demasiado importante para ser deixada à mercê das agencias de rating”…
Ora, esta batota que faz esquecer, algo que um pouco atrás o próprio, de modo bem batoteiro diga-se, recorda, tendo em conta o Pacto de Estabilidade, furado pela França e pela Alemanha, mas não pelo Portugal de Sócrates, (e que limitou bem o crescimento deste país) e cito, “Era uma regra que tínhamos de cumprir. Inicialmente havia uma coisa que impedia estes disparates, uma limitação – certamente exagerada, dos 3% do PIB para o défice e dos 60% para a divida - …Somos herdeiros não da má concepção de 1 999, mas da correcção do pacto por culpa da Alemanha e da França, que o violaram. Excepto em 2007, desde 2001 que violamos ininterruptamente o Pacto de Estabilidade”…
Na verdade, entre 2005 e 2007 o governo de Sócrates esforçou-se por cumprir a regra em causa, tendo conseguido cumpri-la em 2007, em processo que nos referidos 2 anos lá chegou, penalizando a economia para defender uma “gestão rigorosa”, até à crise de 2008, que, mais uma vez, este da Direita, faz por esquecer!
Penalizou a Moody’s a Alemanha e a França de então?
Não!
Penalizam aliás o Estado exemplo do endividamento – os EUA!
Não!
Sou, dentro de “os da esquerda” dos que sempre defendeu que há que cumprir pagando a divida assumida!
Mas também sou de “os da esquerda” que sempre disse que há que regulamentar este sector novo do segmento financeiro, as agencias de notação, porque se concordo e bem com a necessidade de fiscalizar os Estados, exijo que tal fiscalização seja feita com regra e critério, isto é, de forma Internacionalmente Regulamentada e reconhecida, para que haja Transparência nas Decisões!
Porque, não sendo tolo, não me fico com a ideia de uma “agencia de notação europeia”, também desregulamentada e ao serviço da Alemanha e da França, mais concretamente de um segmento de “os da Direita”, alemã e francesa – os que ganham e gostam de ganhar com a especulação sobre o endividamento dos outros.
Segmento que está a ser, como se vê, crescentemente contestada, pela idiotice, pela ganância, pelo escandaloso e cristão pecado da ganância, mesmo entre “os da Direita”!
Que, como se vê, alguns da Opus dei escondem, pois já lá vão dois, Mário Crespo e agora Joao César das Neves as fazerem a fuga em frente da defesa da ganância!
Deixemo-nos pois de catilenas de missal, leiamos ao menos e com mais seriedade, a Bíblia, e assumamos em conjunto que a ganância é um erro crasso, além de ser um católico pecado mortal, e exijamos que se Regulamente, Internacionalmente, as Agencias de Notação, assinando a Petição com este objectivo existente em http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N6501 !
Joffre Justino
Segunda-feira, 4 de Julho de 2011
Na manhã de 14 Maio, o dia em que foi preso, Dominique Strauss-Kahn (DSK)
tinha sido aconselhado pelos serviços secretos franceses (DGSE) a abandonar
os EUA e regressar rapidamente à Europa, descartando-se do telemóvel para
evitar que pudesse ser localizado. A delicadeza da informação secreta que lhe
tinha sido entregue por agentes "d...elatores" da CIA justificava tal precaução.
Strauss-Kahn tinha viajado para os Estados Unidos para clarificar as razões que
levavam os norte-americanos a protelar continuamente o pagamento devido ao
FMI de quase 200 toneladas de ouro. A dívida, com pagamento acordado há
vários anos, advém de ajustes no sistema monetário - "Special Drawing Rights" (SDR's).
As preocupações do FMI sobre o pagamento norte-americano ter-se-iam avolumado
recentemente. Nesta viagem Strauss-Kahn estaria na posse de informação relevante
que indiciava que o ouro em questão já não existe nos cofres fortes de Fort Knox nem
no NY Federal Reserve Bank.
Mas Strauss-Kahn terá cometido um erro fatal: ligou para o hotel, já da plataforma de
embarque, pedindo que o telefone lhe fosse enviado para Paris, o que permitiu aos
serviços secretos americanos agir nos últimos minutos. O resto dos factos são do conhecimento público.
Já em prisão domiciliária, em Nova Iorque, DSK terá pedido ajuda ao seu amigo Mahmoud
Abdel Salam Omar, um influente banqueiro egípcio. Era muito importante, para fundamento da
defesa, que o egípcio lhe conseguisse obter a informação privilegiada sobre a "mentira" do ouro,
que DSK tinha deixado "voar" em NY, para justificar a teoria da perseguição. No entanto a
intervenção voluntariosa do banqueiro egípcio saiu gorada. Dias depois Salam Omar foi igualmente
preso nos Estados Unidos, também ele acusado de assédio sexual a uma empregada de hotel. Relatórios
de diferentes serviços secretos internacionais convergem na conclusão: os factos que motivaram a prisão
do egípcio são altamente improváveis, Salam Omar é um muçulmano convicto e um homem com 74 anos
de idade.
A inversão de sentido na história da suite do Sofitel de NY começava aqui a ganhar consistência e outros
factos viriam ajudar.
Em Outubro de 2009, Pequim terá recebido dos EUA cerca de 60 toneladas de ouro, num pagamento
devido pelos americanos aos chineses, como acerto de contas no balanço de comércio externo.
Com a entrega, Pequim testou a genuinidade do ouro recebido tendo concluido que se tratava de "ouro falso".
Eram barras de tungsténio revestido a cobertura de ouro. As 5.700 barras falsas estavam devidamente
identificadas com chancela e número de série indicando a origem - Fort Knox, USA.
O congressista Ron Paul, candidato às eleições presidenciais de 2012, solicitou no final do ano passado uma
auditoria à veracidade das reservas do ouro federal que foi rejeitada pela administração Obama.
Numa entrevista recente, questionado sobre a possiblidade de ter desaparecido o ouro federal de fort Knox,
o congressista Ron Paul gelou os interlocutores respondendo liminarmente: "É bem provável!"
À "boca fechada" têm vindo, aqui e ali, a escapar informações, a avolumar-se incertezas sobre as reservas
de ouro norte-americanas. Mas as notícias referentes aos fortes indícios que de o ouro seja apenas virtual
têm colhido uma tímida atenção na comunicação social americana.
A "verdadeira história" por detrás da prisão de DSK, agora pública, consta de um relatório secreto preparado
pelos serviços de segurança russos (FSB) para o primeiro-ministro Vladimir Putin. Talvez por isso Putin tenha
sido o primeiro lider mundial a assumir publicamente a ideia de que DSK terá sido "vítima de uma enorme
conspiração americana".
Estes factos, a confirmarem-se, em nada ilibam DSK na suspeição que sobre si recai do eventual crime de assédio
sexual a uma empregada do hotel mas, quem sabe, essa possa revelar-se como a pequena e ingénua ponta de um
grande iceberg.
A ser verdade, os serviços secretos norte-americanos, seguramente bem informados, terão sabido tirar partido
das fraquezas do inimigo-alvo, aniquilando-o com eficácia cirurgica - um pequeno crime de costumes, tão ao gosto
do imaginário popular, pode bem ter contribuido para abafar crimes de contornos bem mais sérios, por eliminação
de testemunha ou de prova.
Entretanto DSK prepara activamente a defesa em tribunal arregimentando já um verdadeiro "crack team" de
ex-espiões da CIA, investigadores, detectives e media advisors.
30/6/2011 13:34, Por Voa News
O MPLA dá a mão à palmatória
A UNITA afirma que o MPLA reconheceu, finalmente, terem-se registado
casos de intolerância política na Província do Huambo.A UNITA diz ter
havido, desta vez, uma evolução na avaliação que a Comissão de
Inquérito Parlamentar fez à última fase de investigações sobre alegados
casos de intolerância política na província do Huambo.
“Houve , de facto, uma evolução depois do anterior posicionamento
negativo do deputado Higino Carneiro durante a primeira fase”, declarou
hoje à VOA o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala.
Num primeiro balanço feito no final da primeira fase, que terminou em Maio
último, Higino Carneiro, coordenador da comissão de inquérito , tinha
minimizado as queixas apresentadas pela UNITA, garantindo não haver
casos de intolerência em larga escala na rgião.
Desta vez, o deputado do MPLA terá mudado de opinião, alegadamente,
depois que a comissão foi confrontada com o testemunho vivo de um militante
da UNITA que apresentava sinais de profundas queimaduras no rosto
provocados por supostos militantes do MPLA.
O porta-voz da UNITA disse que o parlamento deu um passo importante na
constatação destes factos “que espelham a persistência do clima de desarmonia
entre angolanos”. Sakala disse entretanto existirem “sérios problemas de convivência”
entre os militantes do seu partido e os do MPLA em muitas outras localidades do país
o, sugerindo que a CIP não devia confinar a sua tarefa apenas ao Huambo. “Estes conflitos
existem à nível nacional”, disse Sakala que apontou a província do Bié como outra região
nevrálgica em termos de falta de convivência entre cidadãos que se identifiquem com partidos diferentes.
“O presidente Samakuva esteve nos últimos dias no Bié onde recebeu relatos horríveis de intolerância”
, revelou.Ainda assim, Alcides Sakala, sustentou que a experiência do Huambo devia servir de ponto
de partida para a tomada de consciência sobre a necessidade da aplicação de uma verdadeira
política de reconciliação nacional.
Sakala defendeu que “a Assembleia Nacional deve encarar a situação com responsabilidade e
sentido de Estado reconhecendo que os problemas conjunturais existem e que o importante é
resolvê-los e não criar outros problemas”.
Na opinião do porta-voz da UNITA, os problemas entre o MPLA e a UNITA já devia estar ultrapassados
se as autoridades deixassem de colocar entraves na livre colocação dos símbolos de outros partidos particularmente da UNITA.
O meu amigo Eduardo vai, estou certo, aproveitar para voltar a recordar os textos do “assassino económico”, para demonstrar que o capitalismo está podre, com mais estes dois exemplos.
O que, aliás, não deixa de ser verdade, sendo que não podemos confundir o capitalismo com a economia de mercado, sendo que o primeiro não é mais que uma das possíveis versões da economia de mercado …
No entanto, o que vai escapando à análise do Eduardo, (e ele que me perdoe o coloca-lo na berlinda, mas é por pura amizade), é que nos dias de hoje o que vemos cada vez mais é o encostar dos velhos comunistas, Chineses e Cubanos, mas também, claro os Angolanos, (o meu cunhado insistirá reafirmando que o MPLA nunca foi comunista a sério…), não a uma economia de mercado onde a solidariedade conte, mas sim às mais puras lógicas do capitalismo selvagem do tempo da Revolução Industrial, bem antes do surgimento dos Sindicatos, da I Internacional, etc…
Sendo certo que a dificuldade sentida pelos EUA em reconhecerem a necessidade de modernizarem o seu tecido organizacional interno à economia de mercado deixando para trás os referenciais capitalistas selvagens, tem sido enorme, apesar de esforços como os dos Kennedy, John e Robert, ou de Jimmy Carter, ou claro de Clinton e Barack Obama.
AS “coboiadas” da CIA, (e com o que escrevo não escondo, nem tento sequer, muito da sua prática também democrática), são pois perfeitamente comparáveis com as “coboiadas” de raiz comunista, em países como a China, Cuba, ou Angola!
Trata-se de uma mentalidade que já deveria ter acabado, (sempre estamos no século XXI!), mas que lá se vai mantendo, pelo jeito que vai dando, às elites dominantes e que teimam em manter um statuquo definitivamente inaceitável.
Mas onde poucos aceitam “mexer”, pois estamos a lidar com velhos, rezingões, antipáticos e doridos ninhos de vespas!
E, claro, dói quando se tenta pôr na ordem estas coboiadas!
Foi o que terá acontecido com Dominique Strauss-Kahn (DSK) que se terá posto a mexer no ninho terrível que é a dívida americana.
Na verdade, estranhamente, como todos o sabemos, os EUA já libertaram DSK sem grandes explicações, excepto o ter-se provado que a acusadora de assédio sexual não fora em
nada inocente na historieta inventada!
E, relevo, a informação que acima divulgo me surgiu ás mãos antes da libertação de DSK!
Quanto à segunda história, recordo, e saúdo, o meu amigo Camalata Numa que com a coragem que lhe é conhecida, ignorando temores que vêm da derrota militar da UNITA, se impôs no Huambo, denunciando as violações aos Direitos Humanos em Angola e, no caso, no Huambo, com uma greve da fome, que levou a Assembleia Nacional de Angola a ameaçar a expulsão de Camalata Numa de deputado de Angola, ele que é o secretário geral do principal partido da Oposição!
Também neste caso o poder estatuído recuou e as denuncias de Sakala bem ajudaram a tal!
Eis porque, apesar da Global Crise, apesar desta crescente vitória da Direita por este Planeta fora, me mantenho optimista !
Na verdade, há quem combata por mais Democracia no Mundo, e com o risco da sua Vida, Democracia nos planos político e social, mas também económico!
E um pouco aqui, um pouco ali, vamos vendo resultados, neste tempo que que até dirigentes socialistas portugueses já verberam contra a total incapacidade da Internacional Socialista se mostrar de garra afiada neste Planeta globalizado!
Estamos a pagar enfim, os Méxicos, as aceitações do MPLA na Internacional Socialista etc….
Com, claro, pagamos as traições à Esquerda do Partido Comunista da China, ou do Partido Comunista de Cuba, ou do MPLA.
Só que com ou sem a Internacional Socialista, com ou sem o Partido Socialista Europeu, o Mundo gira e Muda!
As greves crescentes na República Popular da China, as movimentações desta nova Geração Angolana, com as suas manifestações, por enquanto minoritárias, e de homens como Camalata Numa e Alcides Sakala, ou dos Justino e Vicente Pinto de Andrade, de Vieira Lopes, e o descontentamento em Cuba, mostram que isto Muda, a gosto ou a contra gosto de amigos meus, ou de inimigos meus claro!
As coboiadas têm os dias contados, a não ser que nos queiramos suicidar, deixando que as Agencias de Notação sejam consideradas algo natural, como surge hoje em mais um texto à cowboy de João Caetano e Nicolás Lori, que chegam ao despalnte de considerar que quem critica as Agencias de Notação está a atacar o meteorologista pelo mau tempo!
Dizer idiotices como “Poderão alguns, à esquerda, dizer que deveríamos abandonar o sistema de mercados para defender o Estado Social”, é tão idiota como dizer que Charles De Gaulle, ou Churchill, eram comunistas, (mas relevo, foi-o dito!...até pelos nazis!), como dizer ainda que “as agencias de rating representam os outros que emprestam dinheiro”, é fingir que sempre foi assim no Universo, o que é uma rematada mentira, mesmo no modelo capitalista selvagem!
Vivemos hoje sim um tempo em que a Esquerda se encontra totalmente desestruturada, dividida e amarrada a princípios e funcionalidades fora do contexto do século XX!, da Globalização, enquanto que a Direita se reorganizou, e existe Globalmente!
E, no pior dos sentidos, à volta de fascistas globais, ( mais no sentido dos sem pátria), como o senhor M. Friedman e seus capangas, os mesmos que mataram Salvador Allende!
Joffre Justino