Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009

PR, Atentado à Democracia e ao Poder Local, Oposição, um Silêncio Ensurdecedor!

É democraticamente inaceitável que o cidadão Cavaco Silva, professor universitário, com altos cargos no Banco de Portugal, Presidente do PSD contra o Bloco Central, (como já o escrevi), Primeiro Ministro de Portugal, misture as suas opções partidárias, normais e de direito dele, com o cargo que tem hoje – Presidente da Republica.

Um Presidente da República tem todo o direito a ter opiniões pessoais – desde que suportadas rigorosamente pela Lei.

Não pode é sustentar-se em suspeições, em aparentes “vulnerabilidades”, (que, diga-se e todos os não infoexcluidos sabem, existem em todas as redes informáticas, até na insuspeita de falta de tecnologia NASA, como é sabido), e na estrita, (ainda que humana), defesa do amigo de sempre, Fernando Lima, o causador de todo este imbróglio.

Na verdade, houve emails, na verdade, houve recados que saíram da Presidência da Republica, para a comunicação social, na verdade houve a tentativa de manipulação das eleições legislativas saída da Presidência da República, na verdade houve o reconhecimento de tudo isto pelo Presidente da República, com o afastamento do sr Fernando Lima do cargo que tinha como assessor do PR.

Tudo o restante são fait divers do sr Cavaco Silva, respeitável cidadão, hoje na oposição, mas também impossibilitado de dirigir o PSD, dado o cargo que ocupa.

Mas ontem, 29.09.09, vivemos um grave Atentado à Democracia.

O sr Cavaco Silva usurpou o cargo de Presidente da Republica e, amuado que estava com a derrota eleitoral do seu Partido, o PSD, ataca, sem fundamento legal, sem prova, e enquanto PR, o Governo em funções, (e que aguarda a tomada de posse do próximo Governo, que sairá destas eleições de 27 de Setembro) e o Partido que ganhou as eleições.

Quando devia, enquanto PR, anunciar que iria indigitar enquanto Primeiro Ministro, o secretário geral do PS, José Socrates.

O sr Cavaco Silva, perante a fragilidade demonstrada pela dr Manuela Ferreira Leite, perante a larga maioria eleitoral do PS, (mesmo que sem maioria absoluta), decidiu assumir a liderança da Oposição.

Pode fazê-lo.

Deverá é, antes, demitir-se de Presidente da Republica.

Não pode é pensar em ocupar os dois cargos – o de PR e o de leader da Oposição.

Não pode é escamotear que tem de se reger pela Lei, cumprindo-a rigorosamente e, rigorosamente, fazendo-a cumprir.

O país, todo o Planeta, vive uma grave crise económica e financeira.

Em Portugal a crise importada assentou por cima de uma crise interna, imposta pela má governação do partido do sr Cavaco Silva, o PSD.

O atentado democrático perpetrado ontem, pelo sr Cavaco Silva, está a criar as condições para agravar ainda mais a crise, e dificultar as soluções urgentes para que Portugal continue a responder positivamente, como tem respondido, à crise, devido às intervenções do Governo, socialista, de José Socrates.

O atentado democrático do sr Cavaco Silva tende a agravar somente a crise.

E a mostrar que a Direita pouco se preocupa com a solução da crise, mas se preocupa bastante com o facto de se encontrar fora do Poder.

Mais ainda.

O sr Cavaco Silva, não se percebe bem se enquanto PR, demonstrou que não compreende a importância das Eleições Autárquicas e o papel do Poder Local.

E, sem qualquer pudor e preocupação, se soube silenciar-se durante as eleições legislativas, veio introduzir um factor de larga perturbação durante as eleições Autárquicas, com elementos que nada têm a ver com elas, somente porque entendeu que devia defender o seu partido, o PSD.

Se é o leader do PSD veio o sr Cavaco Silva mostrar como não pode o PSD ter uma vitória eleitoral nas Autárquicas, em Lisboa ou fora dela, em Vieira do Minho, ou em Alfandega da Fé, em Vila Real de Santo António, ou no Porto.

Porque não se preocupando com a necessidade de isenção entre as Autarquias e a Presidência da Republica, veio o sr Cavaco Silva, que ocupa o cargo de PR, interferir no momento eleitoral, como se as eleições Autárquicas não fossem importantes.

Só por isso o PSD, agora liderado pelo sr Cavaco Silva, merece ainda mais uma forte penalização.

É, entretanto, lamentável que a Oposição, no seu todo, escamoteie o essencial – o atentado democrático perpetrado pelo sr Cavaco Silva. E, à Esquerda, é lamentável o silencio, pois são estes silêncios que geram as “ditaduras de seis meses”, como a de Salazar também era para ser...

Só que durou 48 anos.


Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 09:24
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Terça-feira, 29 de Setembro de 2009

…E Vale a Pena? Em Portugal Vale a Pena? Com Esta Comunicação Social? Com Esta “Esquerda” à “Esquerda” do PS?

«A imprensa tornou-se o maior poder dos países ocidentais,
mais poderosa do que a legislatura, o executivo e o judiciário…
precipitação e superficialidade são a doença psíquica do século XX
e mais do que em qualquer outro sítio é na imprensa que tal doença se reflecte.»
Alexandre Soljenitsyne
Citação feita por Gore Vidal em
Navegação Ponto por Ponto
– Memórias 1964-2006
Edição Casa das Letras, Lisboa, 2007
E que me foi enviada como memo
Por um antigo jornalista



Ao fim e ao cabo a asfixia democrática não passou de uma sequencia de inventonas, por alguém “desenhadas” e logo divulgadas por uma comunicação social submissa, dependente e incompetente.
A ONGOING ao fim e ao cabo já tinha o negocio estudado com a PRISA, e José Eduardo Moniz claro que conhecia todos os contornos deste negócio monopolista, ilegal face à Lei da Concorrência, quase sem dúvidas, (e por isso esta nuvem de fumo em volta da Manelinha Moura Guedes…?), mas havia que aproveitar politicamente a circunstância.
Ouro sobre azul para o negócio de o PSD de Manuel Ferreira Leite ganhasse as eleições…e a TVI ganharia a simpatia de um eleitorado que seria, assim, cada vez mais fiel à TVI e cada vez menos fial à televisão do nº 1 do PSD, Pinto Balsemão.
Berlusconi começou assim.
Mas, como é evidente, esta direita prepotente, arrogante, irresponsável, trauliteira, a direita que Manuela Ferreira Leite liderou, que felizmente não corresponde a todo o PSD, (vide Mira Amaral…), não é o problema.
O problema está, hoje, na Esquerda que se diz à Esquerda do PS.
O problema está no dominante do BE e em parte do PCP.
Cujo único objectivo é a destruição do PS e que se dane o resto.
Daí uma coligação, que teve como campo visível o sr Nogueira do SPRC e da FENPROF, que dirigiu uma outra inventona.
Que, claro, só beneficiou a componente dominante do BE, também elitista, também prepotente, e em tudo interessada na destruição do PS, nem que tal passe pela vitória da direita de Manuela Ferreira Leite.
E que deixou o PCP no ultimo lugar dos maiores…
Correu-lhes mal o cenário, o PS ganhou as eleições numa percentagem inequívoca e que obriga a reconhecer o direito à governação pelo PS, por José Socrates.
Para esta “elite pensante”, pouco importa a crise mundial, pouco importa a crise nacional, (nunca as sentirão), pouco importa se o verdadeiro modelo neo liberal não conduz a 9% de desemprego, mas sim a 20% de desemprego, (porque os 9% de desemprego, em crise como a que vivemos é a prova como se travou o impacto negativo da mesma), pouco importa quem sofra, desde que o PS seja destruído.
E destruído em nome de nada.
Tal qual diga-se o PSD que não se situa na alçada de Manuela Ferreira Leite.
Coligações?
Com o CDS não, o BE com o PS diz que não, o PCP com o PS diz que não…Manuela Ferreira Leite com o PS diz que não.
Portugal terá então de ter um governo minoritário, asfixiado por minorias que não tiveram o voto para governar, e, claro, arriscando o país a que a crise entre de vez com toda a sua violência.
Não é possível aceitar esta situação em silencio.
Uma situação em que a opinião publica vai continuar a ser manipulada por uma comunicação e uma elite de “politicamente correctos” desde que activamente anti PS.
Vale a pena perder tempo?
Direi – terminemos a campanha autárquica, derrotemos a Direita e deixemos o país nas mãos de quem não vai sofrer com a crise…?
Ou ainda há um caminho, com deputados fora do jogo da destruição e capazes de defenderem o interesse do país face a esta crise?
Em 1983 houve caminho, ele fez-se, e Portugal por isso entrou para a CEE e salvou-se.


Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 13:17
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Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009

A Vitória do PS e de Sócrates, a Crise e as Dores de Cotovelo

“Portugal endoidou”
De o habitual etilizado


Há qualquer coisa de errado no país como refere Alberto João?

Sou forçado a concordar com ele, não no endoidamento do país mas no facto de haver, algo de errado por aqui…

E o erro situa-se entre os que se assumem enquanto a elite do país.

Recordemos as Europeias, anunciadas como vitória insofismável do PSD, quando o que sucedeu foi que a vitória coubera à abstenção e que o sucedido, no essencial, fora uma penalização do PS sem transferência de votos, para o PSD ou outro qualquer partido.

Entretanto, desde o dia das Europeias a comunicação social anunciou o enterro de Sócrates e do PS.

O Bloco de Esquerda, pela voz de Anacleto Louçã, esse, chegou ao ponto de dias antes destas eleições recusar a existência, à Esquerda, do PS.

Há realmente algo de errado por aqui.

Chama-se, em bom português, dor de cotovelo.

Porque Sócrates, ganhou as eleições.

Porque o PS com José Sócrates como seu secretário geral, ganhou as eleições.

O que, em Julho era impensável.

Porque o que estava em jogo em Julho era a derrota eleitoral do PS!

Mas a verdade é que o PS, os Socialistas, a Família Socialista no seu todo, soube resistir.

De tal forma que Alberto João decidiu entender que o país endoidou!

Não, não endoidou, recusou-se sim a alinhar no endoidamento de alguma elite portuguesa.

E, por isso, a maioria do País votou PS, votou para que o PS e José Sócrates governem o país por mais 4 anos.

Porque as Pessoas, as Pessoas simples entendem o que a elite se recusa a entender – que existe uma crise Mundial que cavalga em Portugal uma crise interna grave e que, em Portugal, a bolha, portuguesa, do imobiliário, ainda não estourou mas corre o risco de estourar, o que agravará a situação do país, se acontecer.

E só não acontecerá se o país for governado com bom senso, mas com entusiasmo suficiente para dinamizar a actividade económica.

Por isso ganhou o PS e ganhou José Sócrates.

Mas o que urge também?

Urge impor que esta elite assuma os seus erros.

Comecemos pela comunicação social – ela terá de aprender que a demagogia não cola, que as Manuelas Moura Guedes não colam, que os José Manuel Fernandes não colam e que merecem, perante a mentira que alimentaram anos a fio – o despedimento sem justa causa.

A seguir tratemos de um assunto determinante à Esquerda e de um caso essencial para o PCP – 30 anos de sindicalismo em Democracia não permite o populismo baratucho do sr Nogueira do SPRC e da FENPROF.

Ora a CGTP e o PCP, entusiasmados talvez por “jovens” como Bernardino Soares, populistas como o sr Nogueira da FENPROF, esqueceram 30 anos de experiencia sindical em Democracia, esqueceram os mais que N casos de implementação de modelos de Avaliação de Desempenho em todo o tecido económico português e alimentaram a demagogia pseudo sindical do sr Nogueira.

Resultado?

Mais 150 000 votos para o Bloco de Esquerda para mais 13 000 votos para o PCP.

O populismo baratucho só pega junto de populistas, é que mais uma vez se provou, mas bastaria ao PCP recordar-se do resultado das greves dos mineiros na Grã Bretanha e as vitórias eleitorais da sra Tatcher para não cair nesta armadilha populista do sr Nogueira.

O PCP não merece desaparecer para sustentar os srs Nogueiras deste país.

A sua tradição sindical em Democracia não merece tal.

De seguida, não esqueçamos o caso de Lisboa.

Não estamos em Unidade de Esquerda em Lisboa precisamente porque os populistas tipo Bernardino Soares e Anacleto Louçã alimentaram a esperança de um derrota eleitoral do PS nas Legislativas e, por isso, pensaram que uma coligação, em Lisboa, só favoreceria o PS.

O PS não necessitou, nem necessitava, como se viu, da Coligação em Lisboa.

Tal coligação só seria essencial para os que, como eu e como a larga maioria da Esquerda Socialista não populista, defendiam a coligação como uma importante experiencia de relacionamento à Esquerda.

Tal coligação só seria essencial num contexto que passa pela crença de que a Esquerda, sendo plural, se respeita nessa pluralidade.

Cabe pois aos populistas de Esquerda assumirem o erro da divisão à Esquerda, que afectará a quantificação da vitória de Esquerda e evidentemente a forma de gestão, à Esquerda, da Câmara Municipal de Lisboa.

Cabe à Esquerda Socialista continuar a senda da Unidade de Esquerda e defender acerrimamente a vitoria do PS em Lisboa e no País, também nas Autárquicas.

Porque a Esquerda Socialista acredita que este cenário de vitória permitirá a próxima e essencial vitória, nas Presidenciais, com Manuel Alegre.

Manuel Alegre soube afirmar-se neste momento difícil em que o objectivo foi – a destruição do PS e, claro, de José Socrates.

Soube afirmar-se porque assumiu o risco de se manter na sua Família Politica, a Socialista, onde cabem dos Reformistas às várias Esquerdas Socialistas que se afirmam no seio do PS.~

E, ao fazê-lo, se era já respeitado, passou a ser uma referência determinante para as Presidenciais, para as várias Esquerdas Socialistas.

Mas urge preparar também a próxima governação do PS.

E bem, José Socrates não privilegia ninguém, antes de dialogar com todos.

Porque vivemos uma crise mundial que só os “académicos” da Esquerda populista se recusam a ver e só alguns da Esquerda comunista se recusa a aceitar enquanto crise grave para Portugal.

Os primeiros porque vivendo enquanto académicos pensam que a crise é um folclore, e os segundos porque ainda sonham com o que já se mostrou enquanto desastre para a Humanidade.

Por isso José Socrates e bem não privilegia ninguém.

Mas também por isso a Presidência da Republica pensa que ganhará relevo nesta fase nova da vida politica portuguesa.

O que só vem realçar a necessidade da demissão da Presidência da Republica de Fernando Lima.

Continuaremos este texto, na certeza de que, muito mudou a 27 de Setembro de 2009.

Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 17:21
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Terça-feira, 22 de Setembro de 2009

O Publico “No Olho da Tempestade”…

O Provedor do Leitor do Publico acusou a empresa de vasculhar a sua correspondência electrónica, coisa que, claro, José Manuel Fernandes, recusou ser verdade.

Mas, tal qual em outras situações e porque José Manuel Fernandes transformou o Publico em a voz do PSD de Manuela Ferreira Leite, fica difícil acreditar nas afirmações deste director deste jornal, que, de espaço de liberdade tem cada vez menos.

Como já o escrevi, o que se sabe é que o Presidente da República tem sido em toda a sua carreira política, um opositor à coligação PS/PSD.

Aliás, foi como tal que surgiu na liderança do PSD.

Note-se, defendi ontem que o que deveria ter acontecido era a autodemissão do assessor do PR, por evidentes razões de ética política.

Mentiu, manipulou, procurou influenciar em moldes não éticos uma campanha eleitoral, beneficiando um partido, o PSD, contra outro o PS.

Aliás tem sido recorrente este modelo, no PSD.

Fugindo à apresentação de propostas de governação, estando com todos e contra todos ao mesmo tempo, consoante os tempos, os interesses e com quem lida, o PSD tem-se refugiado nas ligações à comunicação social e à manipulação a partir desta da opinião publica que faz a partir dos seus canais, como José Manuel Fernandes.

Desta vez correu mal.

Na ganância da oportunidade, de um caso requentado de 17 meses, e por via de uma mentirola de um assessor do PR, o agora demitido e que, na minha opinião se deveria, ele próprio, etr demitido para salvaguardar no mínimo a Presidência da Republica, instituição essencial no modelo politico português, o Publico não só constrói a noticia como a alimenta nas suas páginas, para a campanha eleitoral ser profícua ao PSD.

Na linha do reforço eleitoral da Direita em Portugal.

Acossado perante a demonstração da mentira, o PR, e bem, demite o seu assessor, o que leva José Manuel Fernandes em estado de desespero a tentar ainda dizer que as noticias não são falsas mas sim “exageradas”!

Ganhou, ao que parece, Cavaco Silva, PR de Portugal, em José Manuel Fernandes um inimigo.

A ponto de estar escrito em o Publico de hoje que o PR “terá enfraquecido a sua autoridade como chefe de estado, por ventura de forma irremediável”.

É José Manuel Fernandes que escreve tal, ou escreve-o enquanto porta voz de alguém?

E se é porta voz sê-lo-á do PSD de Manuela Ferreira Leite?

Está o PSD em ruptura com o PR? Ou só José Manuel Fernandes?

Mas, de momento, o essencial é que ficou provado, mais uma vez diga-se, que esta campanha eleitoral tem vivido, à Direita de manipulações e mentiras sem fim.

A ponto de o PR, de Direita que é, ter tido a necessidade de se afastar deste ambiente antidemocrático, desta crescente vontade, à Direita, de asfixiar a Democracia em Portugal, tal qual sucede já na Ilha da Madeira.



Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 12:02
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Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009

A Concentração de Votos Socialistas Com Manuel Alegre, O Apoio da Esquerda Socialista Ao Próximo Candidato Socialista, E As Conversas de Tretas…do PSD de Manuela Ferreira Leite e do BE de Anacleto Louçã

Nota1 – O Homem de Argel, a voz que vinha de Argel com as noticias do combate anti fascista, o cidadão de uma das vertentes da Esquerda Socialista, Manuel Alegre, explicou-se ontem, em Coimbra.
Entre a Esquerda possível no Governo e a Direita não há que ter dúvidas,
há que votar PS!
Em nome do Serviço Nacional de Saúde, de políticas sociais públicas de defesa dos mais desfavorecidos, de politicas económicas publicas onde se conte com o Estado, para a estabilidade da Economia,
há que votar PS!
Ganhou Manuel Alegre, com esta intervenção no comício do PS de Coimbra, o respeito de toda a Esquerda Socialista,
estou completamente certo de tal.
Porque a Esquerda Socialista não tem, em Portugal, a ingenuidade que conduziu a Esquerda Socialista alemã à cisão no SPD alemão e a esta sequência de vitórias da Direita alemã.
Porque a Modernidade não passa pelo PSD de Manuela Ferreira Leite, a leader mais à direita de sempre no PSD.
Pelo contrário.
E por isso há que haver este toque a rebate de toda a Esquerda Socialista e que Manuel Alegre soube, bem, liderar, com a sua voz, com a sua presença.
A Esquerda Socialista é, ela própria, plural.
Cabe, na Esquerda Socialista, uma vertente mais estatista e uma vertente mais social, onde me incluo.
Mas, também a Esquerda Socialista sabe reconhecer-se e saberá estar com Manuel Alegre,
toda ela, no Combate pelas Presidenciais.
Tal qual Manuel Alegre soube estar com todos os socialistas, pela Modernidade, com o PS, nestas eleições legislativas.
Todo o PS estará com ele na Presidenciais.
A Esquerda necessita de Unidade entre si, para ganhar as eleições. Alguma Esquerda anda a fugir a este principio, republicano, antigo em países como a França.
Por isso, entraram no fácil caminho da demagogia populista, na verdade de forte contexto reaccionário,
Como veremos abaixo.

1ª Treta – esta torna-se repetitiva pois, falhadas que foram as outras, (do Freeport a tudo o resto), onde o que se provou foi a presença de membros também do PSD, (Manuel Pedro do Freeport é ou foi do PSD e apoiante da candidatura presidencial de Cavaco Silva…), só restava a Presidência da Republica para tentar salvar a pele ao PSD de Manuela Ferreira Leite.
Note-se, entendo que é impossível ser-se apolítico, pelo que é natural que Cavaco Silva, PR, eleito por um eleitorado sociologicamente de Direita, apoie o PSD mais à Direita que jamais houve, o PSD de Manuela Ferreira Leite…o que não pode é esquecer-se que é o Presidente de Todos os Portugueses.
O que é inaceitável é que esteja na Presidência da Republica um assessor que pense que pode fazer de nós, simples cidadãos, burros.
Não o somos.
Eis porque uma iniciativa, falhada, abortada, inutilizada, há 17 meses, sobre hipotéticas escutas telefónicas, mais uma vez não provadas, não conta, não serve, 17 meses depois, em plena campanha eleitoral, a não ser para demonstrar o desespero pela vitória que acompanha a Direita do PSD.
A Presidência da Republica é a mais importante instituição do Estado Português, não pode imaginar-se coitadinha, feita sindicato de um sector profissional minoritário, nem associação empresarial de um sector de actividade com pouco significado.
A Presidência da República tem Poderes que a Constituição da República e a Lei lhe conferem, pelo que não pode apresentar-se, perante a opinião publica sem esses poderes.
Como não pode, por via de um assessor, pago pelos impostos de todos nós cidadãos, (pelo que não está na PR para ser partidário), transformar-se em correio de transmissão de “informações”, não provadas, para um meio de comunicação social privilegiando um deles contra os outros.
Em especial um jornal privado, de um dos mais importantes empresários portugueses, altamente privilegiado, nos últimos anos, pelas suas relações com os municípios portugueses, maioritariamente do PS, do PSD e do PCP.
A Presidência da República tem canais de comunicação próprios.
Só por tal este assessor deveria ter-se, já, e só por isso, afastado, ele próprio, do cargo.
Em nome da transparência, perante erros crassos e este foi um deles, é a medida, individual, adequada, a tomar, em democracia, pelo próprio.
Até porque, sendo sabido que este PR, Cavaco Silva, é um opositor antigo ao Bloco Central, à coligação PS/PSD, pois Cavaco Silva foi eleito leader do PSD contra o Bloco Central, em 1985, fica mal que a Presidência da Republica embarque neste desconchavo, imediatamente bloqueador deste modelo de governação.
Porque Portugal vive uma crise económica importada e não tem à sua espera os Fundos Comunitários que existiam à espera para Portugal, em 1986, ao tempo do governo minoritário de Cavaco Silva.
A situação actual exige pois a única atitude séria de Fernando Lima – a sua autodemissão.
Mas não deixa de ser urgente clarificar algo junto da dra Manuela Ferreira Leite – é ou não verdade, perante esta caso das “escutas” que a asfixia democrática acontece junto de apoiante seus – no caso José Manuel Fernandes, que, no Publico, espiolha todos os emails dos colegas, deixando de lado qualquer ideia de liberdade de expressão junto dos seus colegas jornalistas?
E, claro, hoje, sem dúvida, a necessidade da maior concentração de votos possível,
no PS.
2ª Treta. Não é transparente, nem sério, nem verdadeiro, nem justo, apresentar-se perante a opinião pública contra os benefícios fiscais obtidos através dos Planos Poupança Reforma, e, ao mesmo tempo, ter aproveitado os mesmos benefícios fiscais, por ter capital para tal.
Anacleto Louçã, Alda Macedo, Fernando Rosas, Miguel Portas, Mariana Alveca, apresentaram as suas contas com PPR, isto é procuraram esses mesmos benefícios fiscais que repudiam para os outros.
E para cúmulo, Ana Drago e Joana Amaral Dias, a Joana “voavoa”, surgem com acções. Onde?
Na EDP.
Que o BE quer nacionalizar.
E quem pagará as tais nacionalizações?
O BE?
Não. Nós, nós todos, nós, todos os cidadãos.
Quanto? Directamente, custaria a todos nós, segundo o EXPRESSO, nada mais que 51 mil milhões de euros, (daria 7000 euros a cada um dos 500 000 desempregados…se eu quisesse ser populista), o que significa um terço da actual divida pública do Estado, todos nós, o que com os juros da dívida tal significaria mais 160 mil milhões de euros a mais, para pagarmos, por N anos.
Não existem em Portugal telemóveis suficientes para serem taxados que permita justificar esta asneira!
Vale toda esta colecção de demagogia política.
Insustentável demagogia?
Não vale.
A não ser para entregar o Poder à Manuela Ferreira Leite, às descabeladas privatizações, (até a divida publica esta sra privatizou…para pagarmos, nós todos, ainda mais), e aos interesses dos Belmiro do Publico do José M. Fernandes.
Que enriqueceu já em demasia com a Democracia e que deveria começar a pensar, como um seu dever moral, em como distribuir racionalmente a sua já irracional riqueza.
Com um sentido de Responsabilidade Social e de Ética empresarial, que mostra não ter.
Até pelos salários que paga aos seus trabalhadores….
Votar BE para quê, então?
Com Manuel Alegre, concentremos os votos no PS, contra esta Direita que nos imagina – burros.
O que, de todo, não somos!

Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 13:45
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Sexta-feira, 18 de Setembro de 2009

Escutar É Feio….E É Feio Boatar…

As escutas, as vigias, as actividades afins, têm, para mim, toda a objecção não somente por razões democráticas, mas sobretudo por razões civilizacionais,…é, para mim, pura e simplesmente feio, escutar os outros, vigiar os outros, por principio.

O que não quer dizer que não tenha cometido “esse pecado”, como todos nós, por coscuvilhice que tenha sido.

O que não quer dizer que, em circunstancias excepcionais, controladas pela Lei, pelos Juízes, não aceite as escutas as vigias e as atitudes equiparadas.

Mas não foi bem do que se tratou com o caso da Presidência da República.

A Presidência da Republica, pode, tem Poder para tal, e deve exigir transparência relacional e, perante duvidas deste cariz e neste âmbito, só tem que exigir ser elucidada sobre o que se passa.

Antes de tudo.

E tem, repito-o, o Poder para tal.

Foi o que sucedeu?

Não se percebe. Tudo indica que, no velho hábito da coscuvilhice portuguesa, a opção tomada foi alargar o âmbito do boato e arrastá-lo para a comunicação social, sem prova de nada.

Neste caso devo cumprimenta, ao que parece, o Publico que reconheceu o erro, emendou-o e tornou claro que é feio escutar e é feio boatar!

De novo, o PSD em causa.

Primeiro foi com o boicote à Câmara Municipal de Lisboa, a seguir com a história da compra de votos, (ao que parece tornada publica por vingança vinda do PSD), no interior do PSD, nos seus actos eleitorais internos, e agora com esta requentada história das escutas na Presidência da Republica.

Começa a ser actividade negativa a mais…começa a exigir que se pense se vale a pena votar neste PSD de Manuela Ferreira Leite.

Que, coitada, nunca sabe de nada, (mas é então leader de quê, e quer como ser primeira ministra se nem “da casa” toma conta?)?

Defende Manuela Ferreira Leite o pequeno investimento em pequenas Obras Públicas?

É um modelo de governação.

Não pode é ter o seu partido, o PSD Lisboa, para se opor a António Costa, a votar contra os pequenos investimentos públicos em pequenas obras, em Lisboa, a capital de Portugal e ela a leader do partido, PSD, a defender os pequenos investimentos públicos..

Não é nem coerente nem verdadeiro fazê-lo.

Não pode o Presidente da Republica, que foi leader do PSD, defender a coresponsabilização institucional e o seu assessor entrar na campanha anti governo porque tal não é coresponsabilização, é oportunismo politico.

Não é nem coerente nem verdadeiro fazê-lo.

Não pode a leader do PSD defender uma politica de verdade, e ter os dirigentes do PSD, nas secções, para os actos eleitorais internos, do PSD, a comprar votos.

Não é coerente nem verdadeiro fazê-lo.

O país necessita isso sim de quem entenda a importância da estabilidade, política, económica e social, por forma a competirmos com um mercado, mundial, onde a “guerra comercial” é generalizada, e onde Portugal, pequeno país tem, solidariamente, de se proteger, goste o sr Anacleto Louçã ou não, de tal.


Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 17:45
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Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009

…E os Pequenos e Estruturantes Investimentos dra Manuela Ferreira Leite? (Porque Votou o PSD Contra na Assembleia Municipal de Lisboa, então? E Relevo o Bom Senso Lisboeta de Paula Teixeira da Cruz)

…E os Pequenos e Estruturantes Investimentos dra Manuela Ferreira Leite?
(Porque Votou o PSD Contra na Assembleia Municipal de Lisboa, então? E Relevo o Bom Senso Lisboeta de Paula Teixeira da Cruz)


Já me viram, nos meus textos, a criticar o PS, a apoiar o PS com reservas, e a apoiar o PS sem reservas.

É natural, sou um luso angolano Socialista.

Também já me viram a apoiar projectos do PSD, ou do CDS, por exemplo o Cheque Ensino, sempre o disse, e fui dos primeiros, pois defendo-o desde os anos 80, é uma muito boa medida e defendo-o desde ao anos 80, ainda ao tempo da governação Mário Soares/Mota Pinto.

Já escrevi que se prefiro uma coligação pós eleitoral com a Esquerda, com o PCP e o BE, não vejo nada contra em haver uma coligação pós eleitoral com o PSD.

Tudo depende do Programa Político que se vier a estabelecer.

E também porque tanto o PCP quanto o BE continuam a sustentar uma política divisionista, à Esquerda e a recusar coligações de governo com o PS, com o ridículo argumento de que o PS não é de Esquerda só porque os socialistas em geral pensam diferentemente, e bem, do PCP e do BE.

Aliás, sou dos que entende que a coligação de governo PS/PSD, ao tempo de Mário Soares e Mota Pinto, foi essencial para a resolução de uma dramática crise em Portugal, que levou este país a estar sob a alçada, mais que violenta, do FMI e que Mário Soares e Mota Pinto resolveram, com resultados inegáveis, tendo como Ministro das Finanças um homem mais que bom, Ernâni Lopes.

Na Assembleia Municipal de Lisboa, depois do Incêndio do Chiado, fui o único deputado municipal a dizer ao então Presidente da Câmara, Nuno Abecassiz, pessoa que pessoalmente admirava, se demitisse. Por isso paguei a factura de não voltar a ser Deputado desta Assembleia Municipal.

Hoje li, com escândalo que o PSD de Lisboa, os deputados municipais de Lisboa, porque são uma maioria “administrativa” na Assembleia Municipal, inviabilizaram o Programa Local de Habitação da Câmara Municipal de Lisboa!

Felizmente continua a haver gente boa no PSD, ( na Assembleia Municipal de Lisboa está pelo menos Paula Teixeira da Cruz…), e por isso escrevi acima não vejo nada contra em haver uma coligação pós eleitoral com o PSD.

No entanto tenho, obrigatoriamente de questionar o PSD tal qual está liderado por Manuela Ferreira Leite, conforme segue,

O Programa Local de Habitação da Câmara Municipal de Lisboa pretende – a)Melhorar a qualidade do parque habitacional na capital de Portugal, que todos sabemos em muitos dos seus bairros ser, hoje, um perigo, para a Segurança e para a Saúde Pública; b) Melhorar a qualidade da vida urbana e a coesão territorial; c) Promover a Coesão Social; d) Adequar a oferta à procura de habitação, não pela construção mas sim pela recuperação, reabilitação e manutenção do parque existente; e) Poupar recursos partindo do existente

A dr.ª Manuela Ferreira Leite, assumiu que era contra os grandes investimentos públicos mas que era militantemente a favor da multiplicação dos pequenos investimentos públicos.

Ora, o PSD, partido da drª Manuela Ferreira Leite, o PSD, em Lisboa, na capital do país, ao que se opõe, votando contra o Programa Local de Habitação?

Opõe-se, precisamente, a uma politica de pequenos investimentos públicos!

Então o que deseja a drª Manuela Ferreira Leite não é o que deseja o PSD? Pelo menos o de Lisboa?

Em que é e em quem é que vão então votar os eleitores do PSD, a nível nacional e em Lisboa?

No PSD da Assembleia Municipal de Lisboa?

No PSD da drª Manuela Ferreira Leite?

Qual é a verdade, na política do PSD, então?

Ou será que vale tudo, até mentir, até destruir a capital do País, para derrotar o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa?



Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 11:21
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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009

Assunto: FW: [ Uma Nota Critica de Um Lúcido Cidadão Cooperativista a O PS, O BE, E A Economia Social (…uma espécie de manifesto…)

Viva

Sou duma geração mais antiga que a sua, nunca fui militante ou simpatizante socialista, ainda que tivesse sempre trabalhado na tentativa de criação duma organização socialista de esquerda - Acção Socialista (no fim dos anos 50, com Lopes Cardoso, Manuel Sertório e ouros) e MAR - Movimento de Acção Revolucionária.

Face à situação em que o país estava em 2004, com o governo Santana Lopes, mas também com a incapacidade política (resultado em boa parte da ausência de maioria absoluta) anterior de Guterres, nas eleições legislativas decidi votar pelo PS (pela primeira vez), sendo que tinha apreciado a forma como Sócrates se mostrara dialogante e determinado quando Ministro do Ambiente.

Confesso que fui ficando agradado com a actuação do governo, nomeadamente na saúde e na educação. O País vivia num certo faz de conta, com dirigentes que não ousavam mexer em áreas sensíveis (aquelas onde os interesses corporativos eram mais "trovejantes", apoiados em sindicatos partidários do tudo ou nada). Toda a campanha anti-governamental, assentava nos interesses económicos ( na área da saúde e outros) e no tradicionalmente histórico sectarismo anti-"socialdemocrata" de PCs e afins.

Globalmente o seu texto agradou-me e, em particular, a defesa duma alternativa a construir no tempo e a partir do interior da sociedade capitalista.

Tive a sorte, no passado, de trabalhar nas cooperativas, colaborando com António Sérgio, mas também com figuras como José de Sousa, Vasco Carvalho, Emídio Santana. Pude testemunhar como a construção duma alternativa cooperativa foi sempre obstaculizada pelo regime fascista (como era natural), mas também e com mais graves consequências pelo PCP e "compagnons de route" da época. O que estava em causa era construir um cooperativismo de baixo para cima, articulado de acordo com as possibilidades em cada momento, e uma concepção vertical de cima para baixo, autoritária, impedindo a participação dos cooperativistas...

Continuo a defender os mesmos princípios, a tentar pô-los em prática numa concepção de economia social e desenvolvimento local com o envolvimento activo de populações, associações, mas também organismos públicos onde há sempre gente interessada em trabalhar de forma socialmente empenhada. Criei em 1980 uma cooperativa - SEIES, Sociedade de Estudo e Intervenção em Engenharia Social - que ainda hoje funciona em auto-gestão efectiva.

Sobre tudo isto, lancei em Abril um livro "Maneiras Cooperativas de pensar e agir - Contributo para a história do cooperativismo", editado pelas Edições Lusófonas.
Na Apresentação defendi a necessidade de responder a toda esta crise desenvolvendo uma outra forma de estar na política e na sociedade - o cooperativismo e a economia social podem ser um projecto do futuro. Mas é preciso trabalhar muito nesse sentido e não ficar pelas aparências - não é a fórmula jurídica cooperativa que assegurará qualquer mudança, mas "maneiras cooperativas de pensar e agir" como defendia António Sérgio.

José Hipólito Santos
Oeiras
publicado por JoffreJustino às 17:25
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Um texto de JMPinto, jornalista, sobre o texto onde comparo o PS o BE e a Economia Social...

Caro Sr. Joffre Justino,

Tenho lido, com alguma atenção, os V/ artigos de opinião tendo vindo a notar alguma “preocupação” com o Professor Doutor Francisco Louçã e consequentemente com o Bloco de Esquerda, a quem o Sr. Trata por Anacleto, supondo eu, que o visado tenha esse mesmo nome.
Noto igualmente, nos seus artigos, que o Sr. é defensor da Esquerda politica, corrija-me se estiver enganado.
Sendo assim, julgo que deveria preocupar-se mais com as politicas de Direita, ou com a falta delas, do que propriamente tentar “colar” o Bloco de esquerda a radicalismos extremistas. Isso já não convence ninguém nem engana ninguém, pelo menos não enganaram as pessoas que triplicaram os votos no BE nas últimas eleições europeias.
Perdoe-me a minha opinião, mas teremos mais que nos preocupar com pessoas que são contra o aumento do ordenado mínimo e a favor dos capitalistas e essas pessoas encontram-se na “Direita”.
Agradecendo desde já, que continue a enviar os seus artigos, que tanto gosto de ler, mas que gostaria de ver mais vezes o Capitalismo “atacado”.

Atenciosamente,

JMPinto
publicado por JoffreJustino às 10:19
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O PS, O BE, E A Economia Social (…uma espécie de manifesto…)

Lamento dizê-lo, mas ainda “sou do tempo” em que se lia Marx e os marxistas e, eu, fi-lo com gosto reconheço-o.
Mas, também com gosto, mesmo que com dor, entrei em crise profunda com as lógicas totalitárias inerentes, por um lado aos textos e às leituras sobre Marx e os marxistas e, por outro lado, (e certamente sobretudo), às práticas resultantes com a aplicação concreta das teorias de Marx e dos marxistas no terreno do real, com as experiencias comunistas na URSS/Bloco de Leste, na RP da China/Albânia e no denominado 3ª Mundo.
Assumamo-lo uma vez mais, estas experiências foram um fracasso total, dando razão aos críticos, de Esquerda, de Marx e dos marxistas e, ainda, claro, às opções de Direita.
Fiz, como muitos, como Anacleto Louçã e outros, onde devo por razões éticas e de influência política ainda hoje, incluir pessoas como José Manuel Fernandes, do Publico e João Carlos Espada, um percurso difícil, de reflexão política, que procurei que fosse sistemática e que foi, muitas vezes dolorosa.
Perdi, perdeu a minha geração, muito tempo nesta reflexão.
Felizmente, outras gerações, anteriores à minha e posteriores, não viveram esses dramas intelectuais.
Mas, recuso a ideia de que, passados esses anos 70/80 do século XX, não hajam mais necessidade de debates de ideias e de projectos, à Esquerda, o que parece cada vez mais visível nas interpretações “de esquerda” do BE e dos seus dirigentes.
Aliás, a ultima entrevista de Anacleto Louçã, no DN de 13 de Setembro, é, de tal, mais uma evidência que, direi, chega a ser insultuosa para toda a restante Esquerda que não pensa como ele.
Tal qual Álvaro Cunhal, no seu velhíssimo documento O Esquerdismo doença infantil do Comunismo, Anacleto Louçã define, no DN, o que é a Esquerda – Manuel Alegre e os alegristas, o PCP, o BE, claro e dominante, e, alguns socialistas indiscriminados...
Curiosamente sem que seja apresentado qualquer projecto político inerente a esse conceito especifico “de esquerda”…
Anacleto Louçã, autotransforma-se, nesta entrevista, (sem ter a autorização de mais ninguém, para alem da dele e da, hipoteticamente, dos restantes dirigentes do BE), no Censor, no Inquisidor Mor, no “papa” quiçá, da Esquerda e, assim, tudo que não tiver a sua bênção “papal” – não é de Esquerda!
Note-se, já vivi esta experiência no findar dos anos 60, sendo a autoridade “papal” de então, Álvaro Cunhal.
Que tinha pelo menos a autoridade da liderança de parte da resistência antifascista por ele feita…mas, mesmo assim, viu essa “autoridade papal” rapidamente recusada.
No imediatamente pós 25 de Abril vivi de novo essa experiencia, também com a vinda a Portugal de N outros “papas”, para além, claro, de Álvaro Cunhal, que aqui vieram “abençoar” os amigos e anatemizar os “outros”.
Nesses tempos, vale recordar, Anacleto Louçã, “abençoado” por Mandel, trotsquista francófono, era anatemizado por Álvaro Cunhal, por um brasileiro pró albanês que por aqui andou, e pelos aqui “representantes” da República Popular da China, área por onde andei, o PCP(ml)…e vice versa!
Aprendi, com esses tempos, a deixar de anatemizar fosse quem fosse.
E, por isso, a título de exemplo, para mim, Anacleto Louçã deixou de ser Francisco Louçã, não por ser ou não de Esquerda, mas porque virou o Inquisidor Mor com fortes pretensões a “papa”.
Título esse, de “papa”, que, pelo menos eu, republicano, laico e socialista, (e também cristão, já que como sabem Jesus Cristo foi o primeiro Laico da História, quando defendeu “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”), não dou a ninguém, diga-se.
No entanto, é de Esquerda, ainda que de uma Esquerda que nada tem a ver com aquela que perfilho.
Mas vejamos o que diz Anacleto Louçã, no DN citado acima,

“Explique melhor o que quer dizer com essa maioria de esquerda
e que forças políticas aí estarão. – Veremos. Há muito que caminhar.
O PS de Sócrates não estará? Não, mas estarão muitos socialistas…”
Lembram-se dos 20% de Álvaro Cunhal aí pelo findar dos anos 70, com o argumento dos 20% que foi tendo, em termos eleitorais?
Lembram-se dos discursos de Álvaro Cunhal anatemizando Mário Soares?

Virou, Álvaro Cunhal “papa”?
Não.
Qual a diferença entre Anacleto Louçã e Álvaro Cunhal?
Nenhuma!
Trata-se somente de um novo Inquisidor Mor, de um novo “papa”, a querer substituir o anterior, morto.
Anacleto Louçã escolheu, está escolhido, nem fala do PS, elimina o PS no seu discurso, fala somente de Manuel Alegre, erro que Álvaro Cunhal, ao menos, nunca cometeu, sempre na esperança de tomar o PS por dentro…
Por favor!
Sou, eu, um socratista?
Sou-o e não o sou.
Sou-o porque José Sócrates soube liderar um país, Portugal, (o país de Anacleto Louçã,) à Esquerda, na Esquerda possível, reformista e social-democrata, (no conceito europeu, não o português), em um momento de duas crises, uma interna e outra que à interna se colou, internacional, que, custe a Anacleto Louçã ou não aceitar, Sócrates conseguiu levar o país a superar.
E, por isso, defendo Sócrates, contra a estúpida e complexada politica de estatização sem regra da sociedade portuguesa, que Anacleto Louça defende no programa do BE.
E digo estatização não por causa das nacionalizações que o BE e Anacleto Louçã defendem, (elas surgem com critérios que em si, nem são bons nem são maus, não estão simplesmente explicados), mas, garanto, nada têm, em si, de Esquerda - De Gaulle e os gaullistas nacionalizaram mais e melhor, nunca deixando de ser de Direita - mas pelo que defendem no programa e pela filosofia inerente ao mesmo programa BE.
Ser-se socialista é ter-se uma Visão para o Mundo, comunitária, centrada na Liberdade de organização das Pessoas, em famílias, em comunidades, em associações, em cooperativas, em empresas autogestionárias, nunca no Estado, ou à volta dele.
O Estado, que aliás é um conceito não estático, sendo profundamente mutante diga-se, no tempo e no espaço, é um simples instrumento organizacional do conjunto das múltiplas Visões da Sociedade, que as Pessoas, diferentes que são entre si, têm.
Por isso a importância das batalhas pela democratização dos Estados a nível planetário.
Mas, misturar, o Estado com a Esquerda é uma ideia que Marx, (para quem o leu…), diga-se, repudiou múltiplas vezes.
Para Marx a Esquerda tem, face ao Estado, um dever – acabar com ele, a prazo e utilizá-lo, conjunturalmente somente.
Foram, aliás, Estaline, (e, de certa forma também Trotsky, o irmão gémeo de Estaline), e Keynes, quem trouxeram para a ribalta da Esquerda, o Estado.
Não Marx, nem a Esquerda não marxista do século XIX e dos primórdios do século XX.
Keynes fê-lo, apesar de liberal e não de Esquerda, à época, ( O JC Espada e o JM Fernandes não gostam mas é verdade), para salvar o mundo da crise, mundial, dos anos 29/30.
Estaline fê-lo, para salvar o seu modelo totalitário, perante o cerco internacional de que estava a ser alvo e em face da II Grande Guerra.
Mas, claro, se forem ler o programa do BE, fica clara a razão de tanto Estado – sem ele, e sem os impostos que teremos, loucamente, de pagar, não há medidas bloquistas que sobrevivam!
Irresponsavelmente, o BE e Anacleto Louçã, curiosamente professor universitário e conhecedor das temáticas orçamentais, no seu programa em nada se preocupa com a, ao menos, periodização da entrada das suas medidas, muito menos com a sua contabilização.
Que, custarão ao nosso bolso, seja ele bolso de trabalhador, seja ele bolso de classe média, seja ele bolso de financeiro de alto coturno, um insustentável valor.
Aliás, as medidas bloquistas são tão avassaladoramente, insustentáveis, (a não ser se, como recordou divertidamente Paulo Portas, taxemos até os telemóveis e, quiçá, as idas ao WC), a pontos de ser de toda a justiça solicitar ao “professor” Louçã que explique orçamentalmente as medidas do seu BE.
Porque não há Orçamento, de Estado, que cubra tanta intervenção, do Estado.
Mas deixemos este tema.
Olhem para a verdadeira transformação da sociedade, de “capitalista” para socialista, que BE e PS defendem.
Isto é, olhem para a economia social, a que é construída pelas Pessoas, pela Visão, socialista, das Pessoas, que vos deixo no quadro abaixo.
Enfim, a componente da Economia que estrutura novas mentalidades, novas formas de viver, socialistas.
Para o BE, visível no seu Programa eleitoral, até na economia social deverá preponderar quem?
O Estado.
Este, deverá intervir, apoiar técnica e financeiramente, etc., etc., sendo que em nada se centra no programa do BE na iniciativa do essencial - das Pessoas.
Já o “reaccionário” Sócrates, o “reaccionário” PS de Sócrates, surge com medidas concretas, com propostas concretas, com medidas quantificadas, para a promoção da iniciativa, solidária, das Pessoas, na Economia Social!
É nesse caminho, que me encontro, eu e um larguíssimo nº de membros socialistas, eu luso angolano e essa larguíssima maioria, portuguesa.
Estamos, eu e esses tantos, na Esquerda Socialista, cooperativista, autogestionária e associativa, de Angola, e da CPLP no geral, incluindo Portugal, desde 1979, e não somos assim tão ingénuos.
Não vamos por isso, cometer o erro que a Esquerda Socialista alemã cometeu e que entregou o Poder à Direita alemã, e ficaremos com o PS e com Sócrates, com o reformismo social democrata que Sócrates representa, em nome da modernidade na CPLP, e de Portugal, em nome de uma economia social autêntica, em Angola, e na CPLP.
E, entenda-se, a Direita Alemã está longe de ser o conservadorismo que Manuela Ferreira Leite representa em Portugal, pois é uma explícita viragem à Direita no próprio PSD.
É neste campo, porque sou um activista social, ou cooperativista, um associativista, um dinamizador da intervenção social, que me distingo, de Anacleto Louçã e também, em menor monta de Sócrates.
Mas porque sou dos que crê que o socialismo, não se constrói, vai-se construindo, na economia, no social, no ambiente, na solidariedade, na defesa da liberdade, na promoção da participação, da responsabilidade social, da ética empresarial sinto-me muito bem ao lado de José Sócrates.
Porque não alinho na via do “bondoso” Estado e dos “bondosos” gestores público, (nada tenho contra eles, nem individualmente nem em grupo/casta, só que entendo que não é por o serem que são de Esquerda).
É por isso que entendo que o caminho reformista de Sócrates é mais de Esquerda que o caminho estatista de Anacleto Louçã e dos seus sequazes.
É por isso que Apelo e milito pelo “PS de Sócrates” e Apelo e milito para que não votem no BE.
É por isso que vos deixo o quadro comparativo abaixo, que mostra quem tem políticas concretas para a Economia Social.
E esse alguém não é o estatista BE.
Joffre Justino
Nota aqui no meu blog não consigo colocar o anexo com a comparação entre os dois Programas, mas na habitual ampla divulgação o anexo em causa seguiu
publicado por JoffreJustino às 10:18
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