Terça-feira, 29 de Julho de 2008

Semelhanças e Diferenças

(Galp baixou preços dos combustíveis às 0:00 horas de hoje)…





Que há que aproxime as pessoas de Rabo de Peixe, nos Açores, às da Quinta da Fonte?



Nada, aparentemente.



Algo os torna entretanto, afins, a Pobreza, mas nada os aproxima de facto, por muito que tal custe a alguns “analistas”.



Tal como nada aproxima, na minha humilde opinião, os “ciganos” dos “africanos”, (mas já algo aproxima os “ciganos” das pessoas da comunidade de Rabo de Peixe…).



As comunidades de Rabo de Peixe e “cigana” têm algo de comum – o não se identificarem com a vivência na sociedade actual, no que ela tem de consumista, de identificadora pela imagem transmitida de alto para baixo, de busca desesperada do enriquecimento, da Riqueza ostentatória, (ou da aparência da mesma, pelo menos), de identificação do seu corpo com o “corpo ideal”, (o definido em alto e divulgado, para baixo), o de se não identificarem com a imagem do que o eu deve ser, divulgada pela comunicação social, em especial a audiovisual.



Mas o que os distingue é demasiado – a comunidade de Rabo de Peixe existe para se anular, enquanto que a(s) comunidade(s), cigana(s), existe(m) para se afirmar(em) pela diferença, orgulhando-se do seu passado, da sua marginalidade, do seu desprezo pelo “Outro”.



Já a(s) comunidade(s) “africana(s) querem integrar-se, enriquecer, consumir, identificar-se.



No entanto, mais uma vez algo que os torna afins, todas estas comunidades se deparam com uma rejeição colectiva das restantes comunidades que as envolvem.



Este é um problema adicional a ter em conta.



Reparemos – todas as comunidades “alienígenas”, atrás, recebem subsídios perante as situações de infortúnio em que vivem. A de Rabo de Peixe aproveita-os, ao que dizem alguns, para tentar “aumentar a espécie”; a(s) “cigana”(s) para facilitar a vivência no contexto da sua marginalidade; a(s) africana(s) para mais rapidamente se integrarem.



Por isso o acréscimo da participação dos membros das comunidades “africanas” na escola, a busca permanente de Emprego, de habitação, de condições, mínimas que sejam, de vida.



Não há banditismo “africano”?



Há. As armas existentes na Quinta da Fonte, o ataque violento à(s) comunidade(s) cigana(s), assim o provam.



Na verdade, o que se viveu na Quinta da Fonte foi, precisamente, uma ocupação paramilitar de um território.



Daí o desejo de afastamento, desse bairro, da(s) comunidade(s) cigana(s). Para ela(s), houve uma derrota territorial.



Assim, a Inclusão, social, cultural, étnica, é impossível?



Não.



Mas a mesma Inclusão não convive bem, nem com o amorfismo, nem com a complacência institucional.



Está provada a existência de armas.



Porque se espera para as procurar? Porque se espera para deter quem as tiver em casa?



Porque nunca haverá Inclusão, social, cultural, étnica, enquanto as comunidades se sentirem organizadas, para militarmente, isto é, com um “Estado” ao lado do Estado.



Não é aceitável que se aceite que a Quinta da Fonte deixe de ser “cigana” para passar a ser “africana”. Até porque nem a maioria dos “africanos” o desejam, mesmo que se silenciem.



A Inclusão exige participação livre e democrática e não “Estados” dentro do Estado. Exige diálogo intercultural permanente e não o “diálogo” das armas. Exige a percepção da cedência multifacetada e não a autoridade imposta.



E se é fácil aceitar a ideia da “mudança de Estado”, enquanto forma de poupar custos no investimento para a Inclusão, a verdade que esse é um percurso conhecido – o que conduziu às actuais favelas militarizadas brasileiras, enquanto reduto dos “gestores” do mundo da droga.



E isso nada tem a ver com Inclusão!







Joffre Justino



Nota: Finalmente, a GALP baixou os preços! Que tem tal a ver com a Pobreza? Tudo, porque estes preços ainda são altos!
publicado por JoffreJustino às 14:15
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Sexta-feira, 11 de Julho de 2008

Uma Guerra Civil no Zimbabwe?

Um regime nazi, como o do sr Mugabe, convive mal com o resto do Mundo, pois a tendência à apreciação critica é normal no ser humano e só um nazi, seja qual for a sua etnia, não entende tal como algo positivo.



O Regime de Mugabe perdeu as eleições, e está no Poder por imposição da casta militar que ele criou e que, nazi que é, teme acima de tudo o confronto com os Outros, mesmo os da sua etnia e nacionalidade.



Os Mugabes de África são, felizmente, uma espécie em vias de extinção, mas, como todas as espécies nestas condições, tudo fazem para sobreviver, inclusivamente impondo o suicídio a toda a sua comunidade, como é o que sucede um pouco por toda a África.



Hoje, meio século feito depois dos anos gloriosos das Independências, já não se pode aceitar que as elites africanas ainda pensem que podem viver sob a alçada do coitadinho!



O subdesenvolvimento não é só causado pela exploração colonial ou neo colonial. O subdesenvolvimento tem também origem no papel das elites nacionais e na forma como gerem as suas comunidades.



Os países asiáticos aí estão para provar que os erros do colonialismo se superam contando com as forças internas e não com as “ajudas internacionais” e com discursos pseudo “antiracistas” e “anticolonialistas”. Na verdade, já lá vão 40 anos desde os anos em que combati o racismo e o colonialismo em Angola, em Portugal e nos PALOP e é tempo de dizer – mexam-se!



Ninguém esquece o papel nefasto das componentes exploradoras e depredadoras da Globalização, transnacionais que exploram mão de obra a custo de fome, que exploram recursos naturais a custo de degradação da Natureza, que exploram recursos financeiros a custo de corrupção.



Mas mesmo nestes casos tudo depende da forma como se aceita o statuquo, da forma como dele se vive e dele se enriquece – sempre a minoria dominante – e se morre à fome – a imensa maioria.



Agora o regime do Zimbabwe procura ameaçar a comunidade internacional com a guerra civil, com o poder que tem de assassinar o seu povo, os seus compatriotas, os seus irmãos e irmãs!



O que impõe a aprovação e o cumprimento das sanções das Nações Unidas a este regime nazi!



Na verdade, qualquer veto ás sanções das Nações Unidas ao regime deste nazi Mugabe, será a demonstração da total ineficácia desta instituição face a uma Globalização irreversível e a exigir Democracia e Participação Transnacional.



Não deixará de ser interessante ver a evolução deste caso diga-se.



De facto, está em causa a credibilidade do actual sistema e ordenamento internacional, já tão posto em causa com casos como o das sanções impostas à UNITA e que sustentaram somente as entidades que hoje espoliam o mundo com os preços do petróleo.



Porque, na verdade, o Mundo é cada vez mais global, ou melhor, glocal, isto é, vivemos o tempo onde o Local e o Global se inter influenciam, os Zimbabwe do sr Mugabe são a prova do atraso do ser humano no seu todo, já que não foram capazes de criar instituições geradoras de estabilidade, de desenvolvimento, de participação e de cidadania.



Não, não haverá guerra civil no Zimbabwe se o regime nazi do sr Mugabe cair. Haverá sim mais destruição, mais fome, mais degradação e corrupção se este regime continuar, com a bênção deste ou daquele senhor deste ou daquele continente, pois, nem a economia, nem a sociedade, o suporta!



Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 10:37
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