Terça-feira, 27 de Junho de 2006
A CPLP ao que parece, (alguém deu por isso?), prepara-se para o seu X Aniversário, a 17 de Julho
Dez anos depois continua esta CPLP preocupada com os aspectos administrativos internos, vivendo do nada, das passeatas, de festejos, e equivalentes, o que começa a ser dramático, já não preocupante mas verdadeiramente dramático.
Assim, sem nada que fazer, ao que consta irá esta Cimeira tratar, de novo, dos seus Estatutos, de novos modelos directivos, de novos modelos contributivos.
Enfim, tratará do que nada de acrescentado uma organização pode ter.
Tratará, ainda, (mais aspectos organizativos, mas, estes pelo menos, positivos), da aceitação da FLAD, da Fundação Gulbenkian e da AMI Internacional como observadores consultivos
vá lá!
Mas, ao lado da CPLP já passou tudo, até este debate internacional sobre a Língua Portuguesa nas Nações Unidas e na União Europeia, pois em tudo a CPLP prima pelo silêncio.
Reparemos que, segundo alguns analistas, nem a Agenda desta Cimeira, a acontecer a menos de um mês da sua realização, nem a lista de convidados, se encontra definida, mostrando tal como nela pouco se espera fazer além das habituais passeatas e banhos de praia.
É perante esta inoperância que um projecto que poderia ter sido brilhante se prepara para morrer, é perante esta inoperância que continuo a achar que deveríamos criar a CPLP dos Cidadãos e Cidadãs.
A CPLP deveria ser um instrumento reflector da Diversidade, do Dinamismo de uma forma de expressão, agregador de Cidadãos e Cidadãs dos que, relativamente, mais se espalham pelo Mundo, mais contribuem para a Riqueza no Mundo com o seu trabalho disperso por todos os Continentes, motivador de Iniciativas transnacionais, na multiplicidade de países onde se encontram Cidadãos e Cidadãs que se expressam em português.
A CPLP deveria ser um instrumento promotor dos Direitos Humanos, da Democracia, da Distribuição da Riqueza, do Desenvolvimento Sustentável, da interpenetração de Culturas e Formas de Estar, da promoção da Ética e da Responsabilidade Social nas organizações de expressão portuguesa.
Porque é a organização agregadora dos Países nascidos com o processo da 1ª Globalização planetária.
Mas entregue que está a burocratas de serviço, a funcionários, a CPLP vive do que estes sabem fazer organigramas, debates internos sobre futuros inatingíveis, por inexistentes.
10 anos perdidos, um projecto perdido.
Insisto com o que já defendi em 1996 façamos uma CPLP da Cidadania.
Ao lado.
Sem eles.
Contando com os que imigram, com os que investem nos respectivos países de expressão portuguesa e por esse mundo fora, com os que se motivam em cada país em nome da inovação, da mudança, da justa distribuição da riqueza, da democracia.
Teremos de viver sem o 1,5 milhões de euros do Orçamento da CPLP oficial. Mas quem precisa deles para encontrar bem mais que este Orçamento entre todos os que se preocupam com a Expressão em Português por este Planeta fora?
E esqueçamos esta CPLP.
Ela, aliás, não existe.
É um nado morto.
Pois quem a fez, projectou-a para isso mesmo, para que não existisse.
Infelizmente.
Joffre Justino