Quarta-feira, 31 de Agosto de 2005

Uma nota do meu amigo Carlos Muralha

Meu amigo.

Queixavas-te tu há dias da desistência dos intelectuais portugueses pelos destinos do país. Após alguma, muito pouca confesso, meditação vieram-me duas razões há ideia que gostaria de te expor.
A primeira é que talvez andemos um pouco enganados com aqueles a que chamamos intelectuais. Alguns nunca o foram ou pelo menos nunca o foram no verdadeiro significado da palavra, outros estão “vendidos” a interesses que são incompatíveis com uma discussão honesta e os verdadeiros raramente têm acessos aos meios de comunicação.
O segundo aspecto para uma desistência é ilustrado com a seguinte história/comparação:

Uma história de 2 aeroportos:

Áreas:

Aeroporto de Málaga: 320 hectares,

Aeroporto de Lisboa: 520 hectares.

Pistas:

Aeroporto de Málaga: 1 pista,

Aeroporto de Lisboa: 2 pistas.


Tráfego (2004):

Aeroporto de Málaga: 12 milhões de passageiros, taxa de
crescimento, 7% a 8%ao ano.

Aeroporto de Lisboa: 10,7 milhões de passageiros, taxa de
crescimento 4,5% ao ano.

Soluções para o aumento de capacidade:

Málaga: 1 novo terminal, investimento de 191 milhões de euros,
capacidade 20 milhões de passageiros/ano. O aeroporto continua a 8 Km da
cidade e continua a ter uma só pista.

Lisboa: 1 novo aeroporto, 3.000 a 5.000 milhões de euros, solução faraónica a 40 Km da capital.

Como infelizmente esta é uma de muitas histórias que aparecem neste país (como aquela do nosso PM Sócrates a falar em Coimbra e a dizer com um ar de convite que só nos falta arder 5000 ha para podermos pedir ajuda á EU), penso que os verdadeiros intelectuais (infelizmente não têm acesso aos meios de comunicação e ao Poder, pois são incómodos) sofrem calados.

Um abraço
Carlos Mata Muralha
publicado por JoffreJustino às 16:21
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Terça-feira, 30 de Agosto de 2005

Burro Velho……uma pequena resposta…

"Burro velho..... achas mesmo que os PALOP querem saber da UE?
Por outro lado, ao ler alguns dos artigos pensei para comigo.... com tanta necessiddade por lá será desta que o Joffre encontra uma forma sustentada de ir para Angola? eles lá precisam e todos sabemos como tu queres.
Um forte abraço"
Posted by: Pedro at agosto 23, 2005 01:56 PM
Comentário no meu blog



O meu problema, Pedro, (qual dos Pedros que conheço…?), não está na forma, carinhosa, como lidas comigo, burro velho, mula velha, não deixa de ser um gesto simpático face a outros epítetos que já fui recebendo por aí…

O meu problema, meu caro, é imaginar-te português e saber que os PALOP foram uma invenção portuguesa e, ao que parece, tu não o sabes.

País a país, os PALOP de hoje foram uma invenção portuguesa do pós Conferência de Berlim, onde Portugal perdeu 4/5 dos territórios que em África detinha, em favor de Belgas, Franceses e Ingleses, (um poucochinho também para os alemães…).

Daí que se os PALOP não se preocupassem com a UE, insinuação xenófoba e pouco inteligente meu caro, diria que a aprendizagem obtida neste processo, de mútua miscigenização, estaria a dar mostras de maus resultados…erro do “mestre”, erro dos “mestrandos”?

Mas concretizando um pouco mais, dou-te um pequeno exemplo do como os PALOP se preocupam com a UE….com base nos meus adversários do MPLA, com base na minha antiga actividade na UNITA.

Durante anos meu caro, a diplomacia destes 2 partidos Angolanos foi, na UE, intensa, e excepcionalmente interessante. Não somente na busca de apoios financeiros, mas sim na busca de laços políticos capazes de apoiarem uma e outra causa à época, infelizmente, em confronto militar.

Nota 2 e para terminar. A minha preocupação com Angola, meu caro, é afectiva, pelo que não depende do estar ou não lá, na terra.

Mas, já agora, se tiveres por lá conhecimentos que permitam que eu obtenha uma estável remuneração que me permita viver com alguma dignidade, vai avisando…podes deixar aqui os contactos que eu agradeço.

Abraço forte também….

Joffre Justino
publicado por JoffreJustino às 11:11
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Alguns médicos, a Medicina e este País...

Decidi colocar no meu blog um texto que recebi e que relata uma história que caracteriza o como algumas "elites" portuguesas abusam dos restantes cidadãos e de uma sã economia de mercado, explorando violentamente as logicas de monopólio que as suas castas alimentam há anos....espero criticas opiniões e sugestões como habitualmente...

Permitam-me que lhes transcreva, de forma sintética, um artigo que
>>li no
>> Boletim Informativo do Clube de Campismo do Concelho de Almada,
>>datado de
>>
>> Junho de 2005, da autoria de José Chitô.
>>
>> Consta do seguinte:
>>
>> Este senhor acordou um dia com um problema no olho direito. Pareceu-lhe
>> grave. Deslocou-se ao Hospital Garcia de Orta, em Almada (16 Abril
>>2005).
>>
>> Diagnóstico: deslocamento de retina.
>>
>> Só poderá recuperar com operação.
>>
>> Segundo a opinião do oftalmologista a situação é grave e urgente. Mas a
>> lista de espera é muito grande: talvez 6 meses a um ano.
>>
>> O nosso amigo fica abismado, pois uma situação destas requer
>>internamento
>> imediato.
>>
>> Qual a solução que veio da boca do médico?
>>
>> A existência de um bom especialista em Setúbal, que ele próprio
>>conhecia. Lá
>> vai o homem à consulta do referido especialista que lhe confirma o
>>
>> diagnóstico: tem que ser operado.
>>
>> Eu levo 3.000 euros por operar, mais 3.000 para a clínica e
>>assistentes.
>>
>> TOTAL: 6.000 euros (1.200 contos).
>>
>> Por esta consulta desembolsou 60 euros.
>>
>> Por achar este orçamento brutal, resolve marcar consulta para uma
>>clínica em
>> Badajoz.
>>
>> Devido à urgência do caso, marcam-lha para o dia seguinte.
>>
>> É atendido meia hora depois de ter chegado.
>>
>> Confirmam-lhe o diagnóstico.
>>
>> O especialista diz não haver tempo a perder, não tem datas livres,
>>por isso
>> vai ter de adiar operações menos urgentes para poder encaixar a dele.
>>
>> Volta passados 10 minutos, com a data da operação: AMANHÃ ás 17 horas.
>>São
>> 1.200 euros (240 contos). Custo da consulta: 35 euros. A operação
>>foi um
>> êxito! Nos 30 dias seguintes e sempre que se deslocou à Clínica,
>>não pagou
>> mais nada.
>>
>> COMENTÁRIOS?
>>
>> Este país não tem salvação possível!
>>
>> E não sou daqueles que gostaria de ser espanhol!!!
>>
>> Reenviem para quantos amigos e conhecidos tenham, para que sejamos
>>cidadãos
>> informados e denunciantes deste SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE,
>>completamente
>>
>> PODRE!
publicado por JoffreJustino às 10:47
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Sexta-feira, 12 de Agosto de 2005

Angola, 38 000 vagas para preencher……

Dizem que é por resultado da guerra, direi que em parte também é em consequência da guerra civil.

Na verdade, em 27 anos, o Estado em Angola estatelou-se de vez e urge, hoje, reconstruí-lo.

E se são trinta e oito mil vagas para funcionários públicos, reconhecido pelo vice-ministro desta pasta, o MAPESS, Sebastião Lukinda, outros tantos haverão por preencher um pouco por todos o país, em outros sectores da economia.


Em um encontro com as associações juvenis, no Palácio dos Congressos, surge-nos pois uma parcela da dimensão de um Estado que se foi esboroando por todo o território nacional, infelizmente, á excepção de algumas capitais de província.

Segundo o vice-Ministro do Emprego, das 38 mil vagas, 30 mil e 400 serão principalmente para professores e médicos, a larga maioria deles fora de Luanda.

Trata-se pois, finalmente, de conduzir as pessoas a trabalhar nas províncias que carecem de técnicos, de forma bem urgente alias, para cobrir, aí, múltiplas e urgentes necessidades.

Daí que o vice ministro tenha procurado mobilizar os jovens a dirigirem-se aos centros de emprego e formação profissional das 18 províncias de Angola, por forma a informarem-se sobre este tão significativo nº de vagas existentes para a função pública.

Certamente que este crescimento do emprego local e da distribuição do rendimento local gerará, a jusante, destes postos de trabalho ora criados, novas actividades, capazes de corresponderem à satisfação de novas necessidades, hoje não sentidas localmente, impondo novas redistribuições do rendimento e da riqueza nacional.

Seguindo uma adequada e realista linha governativa o vice ministro recordou e bem, ainda, que só com boa formação profissional poderão os jovens corresponder ás necessidades e, ainda ver-se reduzido o desemprego que afecta a maioria da juventude angolana, desde a alfabetizada à imensa maioria ainda analfabetizada.

Ora não se sente, ainda, que existam condições de promoção, a nível local, das necessidades, também locais, de formação profissional, já que a maioria dos Centros que já houve, de Formação Profissional, urgem por uma reconstrução e reequipamento totais, para além de se sentir uma grave carência de formadores na generalidade das profissões.

Na verdade, confronta-se Angola não so com uma forte carência de quadros superiores mas sobretudo de quadros intermédios. Para ambos os casos, a carência de formadores habilitados é enorme, pelo que só se pode sugerir que parte importante da formação acabe por acontecer on the Job, acompanhada por acções curtas de formação de suporte ao crescimento profissional.

Aliás, não deixo de entender que as necessidades de postos de trabalho a ocupar, acima referidas, na minha opinião, são um objectivo mínimo e acabarão por se alargar, à medida que os Estado se reconstrua efectivamente, cobrindo não só a Administração Central, mas também a Regional e Local, assim como a necessária democratização de procedimentos e regras, a estender por todo o País.

De facto, as eleições Locais e as possíveis, direi urgentes e necessárias, eleições Regionais, forma determinante, por exemplo, para resolver o problema de Cabinda, (…mas não só….), gerarão outros tantos postos de trabalho de apoio a estruturas hoje inexistentes ou sem significado e função real.

Porque a Democracia, geradora de estabilidade que é, implica também uma redistribuição do Rendimento, por via das múltiplas funções que implica, para existir e para funcionar.

Felizmente.



Joffre Justino



(publicado em O Liberal)
publicado por JoffreJustino às 16:41
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