Quinta-feira, 8 de Setembro de 2011
"Penso que é imperativo que o Governo
português expresse às autoridades angolanas
o seu protesto perante a agressão de que
foram vítimas [durante a manifestação de sábado
contra o chefe de Estado angolano] jornalistas
portugueses da RTP, com destruição do equipamento,
para além da repressão dos cidadãos angolanos",
vincou a eurodeputada do PS.
Em declarações à Lusa, Ana Gomes disse que o Governo
português deve exigir também a "libertação de todos os
manifestantes que ainda estão detidos" na sequência de
uma "manifestação que até foi autorizada" pelas autoridades.
A eurodeputada manifestou-se "muito preocupada" com
as "notícias que chegam de Luanda" e adiantou que vai
transmitir essas preocupações à chefe da diplomacia
europeia, Catherine Ashton, e ao Presidente da Comissão
Europeia, Durão Barroso.
(retirado da Internet)
A mais importante, para mim claro, é este silenciar perante estas detenções havidas em Luanda, na sequencia de uma manifestação absolutamente legal e cuja repressão, aliás, está a gerar, mesmo dentro do Regime e do Governo de Angola, significativo descontentamento.
Por isso, começo este texto por divulgar o apelo ao Governo Português, da Deputada europeia, do PS, Ana Gomes.
Os Direitos Humanos são distintivos na Governação, fazendo-a ou não Democrática.
No entanto, há mais.
Vi na comunicação social que se pretende, com o argumento da Crise e da necessária poupança dos gastos do Estado, deixar de comparticipar nas despesas das Cidadãs com a sustentabilidade da sua sexualidade, e do seu corpo felizmente reprodutor, estando a pílula entre os medicamentos que passarão a ter comparticipação zero.
Não lembra a ninguém esta atitude.
No país com um dos mais baixos Salários Mínimos da União Europeia, 485 euros, com uma das mais largas disparidades salariais entre Mulher e Homem, com a total inexistência de Educação Sexual que existe em Portugal, deixar de comparticipar na pílula, tem de ser considerado que se assiste a um claro retrocesso civilizacional!
Inaceitável por todas as razões, até recordando o Bastonário da Ordem dos Médicos, que defendeu, e mais que bem, que existe a alternativa de taxar o fast food, como meio de apoiar o Serviço Nacional de Saúde!
E posso até acentuar que sou um dos que, de tempos a tempos, utilizo a fast food na minha alimentação, por gosto.
Mas, claro, moderadamente, porque a obesidade é um grave perigo para a saúde e eu já estou nessa faixa!
Por esta via cria-se, tão só, uma situação de redução das Despesas do Estado pondo em causa, desnecessariamente, as implicações, na Saúde Pública, deste corte sem lógica, até comparticipação zero, nas pílulas, mas também nas vacinas contra o cancro no colo do útero.
Confesso que estas medidas cheiram a imposição do foro religioso sobre toda uma sociedade, a portuguesa que, sendo maioritariamente católica, no campo da sexualidade se encontra em crise clara, em processo de rejeição mesmo, com as opções da Igreja Católica!
Se os membros liderantes da Igreja Católica pensam que servem seus Valores com estas atitudes, seria de todo útil que, como eu, lessem atentamente a Bíblia pois esta rejeita, claramente, estas opções, impostas no ambiente cultural medieval que, (Bernardo de Calatrava é um exemplo, entre o Bem que fez, pois como Pessoa que era cometeu como todos erros), chegou ao ponto de assumir que, porque a Reprodução era também sexual, o Ser Humano era um ser de Pecado, que deveria desaparecer pela proibição total da Sexualidade.
E, note-se, não estou a falar dos Cátaros, falo sim de membros da Igreja Cristã de Roma, medieval!
Porque a Bíblia em nada conduz a considerar o Sexo como sendo um Pecado.
Portanto os valores cristãos não estão em causa, em nada, nem com o preservativo, nem com a pílula, nem com qualquer outro processo contraceptivo!
Mas a Saúde Pública está!
Mesmo para os que como eu entendem ser grave este caminho para o suicídio colectivo dos Portugueses - 1,3 crianças por casal significa isso mesmo, um suicídio colectivo!
Mas, sendo a gestão do nº de filhos por casal uma opção de cada família e de cada membro da mesma, há que pôr o dedo na verdadeira ferida – o baixíssimo rendimento médio familiar português é que fez com que em 40 anos se passasse de três filhos por casal para 1,3 filhos por casal!
Mas existe ainda mais a reflectir hoje.
Não sendo estatista, não o sou convictamente, e entendendo bem a solução do Fundo de Compensação do Trabalho, achando inclusivamente que os argumentos que vi escritos na comunicação social são ridículos, em nada me parece adequado ver nascer uma medida “à colectivista”, (o que nada tem a ver com a percepção comunitarista que devemos ter na minha opinião), de taxar todas as empresas por igual, 1% por trabalhador, para todos os sectores.
Nem me parece que seja uma solução ver como tecto máximo o tal 1%!
Aliás, entendendo que a Segurança Social é obra dos Trabalhadores e não do Estado, o que veementemente relevo, acho que há que ter mais paciência, dar mais tempo à ponderação, estudar melhor as situações e experiencias internacionais antes de decidir a seco.
É inaceitável, por exemplo que a mercearia do meu bairro pague o mesmo que a SONAE, etc…
Como entendo, para terminar, inaceitável que se tenha deixado de falar no aumento para 500 euros do Salário Mínimo Nacional!
Joffre Justino
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